De acordo com o The Daily Dot, começou hoje em Berlim um julgamento que pode apagar da internet um dos maiores memes da sua história e abrir um precedente perigoso de uso de imagem de terceiros em brincadeirinhas wébicas.
Quem habitava a internet lá pelo ano de 2007 deve se lembrar de um viral que se espalhou pela internet nos primórdios do Youtube: o vídeo do Technoviking – filmado pelo artista Matthias Fritsch em uma rave chamada FuckParade em Berlin nos anos 2000, upada no Youtube em 2006 e transformada em “Meme do Ano” em 2007.
A película mostra uma moça dançando tranquilamente em uma rave quando, de repente, um cara esbarra nela e sai andando sem falar nada. MAS CALMA! O Technoviking, um loiro fortão sem camisa com um martelo do Thor na cintura, estava lá pra salvar o dia! Ele imediatamente pega o cara pelo braço, olha pra ele com um olhar Over 9000 e ainda manda o cara ir refletir no quartinho do castigo. Depois da boa ação, continua acompanhando o trio elétrico techno, dançando e aprontando outras confusões.
Palavras não são suficientes pra traduzir o significado desta verdade obra prima da cultura internética que tem mais de 16 milhões de views. Se faça esse favor, dá um play aí no vídeo:
O meme está todo documentado aqui, com paródias (eu, particularmente, adoro essa versão aqui com legendas), remixes, gifs, montagens e claro, desdobramentos: conheçam também a namorada do Techoviking e a vovó do Technoviking.
Ok, muito bem! Dado o devido contexto (de nada!), tamo aqui pra falar sobre o processo que o Technoviking está movendo contra o artista e videomaker Matthias Fritsch.
Dando uma de Nissim Ourfali, o viking (cuja identidade permanece um segredo até hoje – como pode?!) iniciou uma cruzada contra Matthias em 2009: 1o exigindo que o vídeo fosse tirado do ar (no que o artista apenas parou de monetizar o viral em seu Youtube) e agora exigindo que todo material criado sobre ele fosse deletado dos anais da internet pra sempre.
No julgamento, Matthias se defende da acusação de estar “infringindo direitos pessoais” do viking, sob alegação de que ele estaria criando TODAS as artes meméticas na tentativa de ganhar dinheiro em cima do cara. Se ele perder, vai ter que remover todo o material relacionado da internet (tipo limpar xixi da piscina, né? coisa fácil) e se desobedecer, vai encarar 6 meses de prisão e uma multa de mais de 300 mil dólares. VIXE!
O problema é que, a exemplo do Brasil com o Marco Civil emperrado, o sistema judicial alemão também não está preparado pra julgar um caso desses e, muito menos, tem noção da lógica da cultura de internet, onde os memes são construções colaborativas e não obra de apenas um criador. Se o viking ganhar, além do enorme prejuízo pros anais meméticos, que tipo de precedente isso pode abrir?
Qual é a sua opinião: o viking tá certo ou tá exagerando?