Dr. Schultz: “Quanto mais perigosos, maior a recompensa.”
2013 começou INCENDIANDO TUDO. Django Livre – o mais novo filme de Quentin Tarantino – é QUEBRA TUDO!
MARAVILHOSO!
Tarantino é dos meus. Ao invés de fazer filmes água-com-açúcar onde a história é politicamente correta e os personagens são ecologicamente boçais, Tarantino faz filmes para incomodar.
Django Livre é sobre a história de um escravo. Um escravo diferente. Um em 10 mil. Django não aceita o sistema de escravidão que lhe é imposto e procura fugir sempre que pode. Em uma dessas tentativas de fuga, ele é capturado, e separado da esposa que é vendida para outro lugar. O filme conta a jornada de vingança de Django em busca do reencontro com a sua esposa.
O filme começa quando Django encontra o Dr. Schultz, um alemão caçador de recompensas que está atrás de três irmãos assassinos que somente Django é capaz de reconhecer. Dr. Schultz compra a liberdade de Django e oferece a ele a chance de ajudá-lo a caçar e matar homens brancos safados; finalizada a temporada de caça, Dr. Schultz ajuda Django a encontrar a sua esposa.
É aí que tudo começa.
O filme é longo – são quase três horas de duração; tem diálogos extensos, piadas inesperadas, trilha sonora FANTÁSTICA, violência além da conta – Django mata homem branco a dar com pau; brinca com o preconceito – a palavra “negão” é dita 104 vezes durante o filme; enfim, Django Livre tem todos os elementos para ser um dos melhores trabalhos de Quentin Tarantino.
Django diverte, mas acima de tudo Django é um manifesto contra o status quo, o preconceito, a elite esnobe e o racismo. Django é um filme denúncia. Django é um filme sobre as origens dos EUA.
“Essa é a América. Esses somos nós. Foi dessa maneira que o país foi construido”, afirma Tarantino.
Django Livre traz várias lições de vida e negócios que eu quero compartilhar com vocês.
1. O avô constroi, o pai usa, o neto abusa, e o bisneto se diverte. Leonardo Di Caprio, em um dos trabalhos mais incríveis da sua carreira, faz o papel de Calvin Candie, dono de uma das maiores fazendas de algodão dos EUA, mas ele é a quarta geração por trás da fazenda. Ele não se importa com agricultura ou algodão. Ele não está nem aí para a fazenda que herdou da família. A fazenda funciona por si só e não precisa dele. O cara vive da grana que a fazenda criada pelos seus antepassados lhe proporciona sem se envolver com o negócio. Então, ao invés de usar a sua fortuna para criar um negócio bacana que possa melhorar a vida das pessoas, ou mesmo se dedicar ao negócio da família, o cara vive uma vida de Playboy-Calígula onde o seu principal passatempo é gerenciar um negócio de luta de escravos e assistí-los brigar até a morte como se fossem cachorros. É exatamente essa a chocante impressão que você vai ter ao ver o filme. Prepare o estômago para a cena de Mandingo Fighting. Todos nós estamos aqui para proporcionar uma vida mais confortável para os nossos filhos, mas eu acredito que a nossa responsabilidade para com os filhos é fornecer o básico do básico, e MUITO amor. O resto, os caras tem que ir atrás. O mundo está ficando cada vez mais complexo e complicado. Quem não tiver fibra, coragem e atitude vai dançar. Temos que criar seres humanos capazes de se virarem sozinhos sem qualquer recurso.
2. É bom você se acostumar porque o Churrasco na Laje vai rolar no seu quintal. Quando Dr. Schultz e Django chegam a fazenda de outro homem branco poderoso e racista, chamado de Paizão, o cara fica inconformado ao ver Django livre, bem vestido, senhor de si, montado em um cavalo como se fosse um homem branco. Mas, convencido pelas palavras poéticas do Dr.Schultz, o Paizão resolver tratar Django como um homem livre. Entretanto, ao pedir para uma escrava da fazenda mostrar as terras para Django, ele se revela. “Sinhô, se DJango é livre, eu devo tratá-lo como um homem branco?”, pergunta a escrava, “Não, isso não. Você deve tratá-lo como você trata o filho do cara que vem todos os dias na fazenda cuidar do estrume das vacas”. Na minha vida eu tive a felicidade de conhecer alguns empreendedores super bem sucedidos que tem o costume de levar os funcionários das suas empresas para dentro das suas próprias casas, fazendas, sítios etc. Ou executivos que costumam almoçar com estagiários. Ou artistas que procuram ensinar tudo que sabem para quem está começando. Resultado, esses caras são amados e idolatrados por todos os seus seguidores. Todos nós, brasileiros, temos que aprender a parar de tratar os outros como serviçais ou funcionários. Somos um povo muito folgado. Temos que aprender a tratar a TODOS como PARCEIROS, e dar a eles o mesmo respeito e dignidade que você quer para você mesmo. Porque no fim do dia todo mundo quer as mesmas coisas.
3. Um por todos e todos por um. Durante o filme um escravo chamado D’Artgnan tem um fim prá lá de sádico. Quando todos a sua volta poderiam salvá-lo, todos pulam fora e deixam o escravo ter um fim terrível. D’Artgnan, para quem não sabe, é o personagem principal do livro Os Três Mosqueteiros de Alexandre Dumas onde o lema principal é “Um por todos e Todos por um”. Dumas era negro, e apesar de faturar uma nota preta em vida com seus fantásticos livros, ele sofreu com o preconceito das pessoas durante toda a sua vida. Fala ai, você não tinha a menor idéia de que O cara que escreveu o fantástico Três Mosqueteiros e o Conde de Monte Cristo era negro, certo? O fato é: o cara que tem preconceitos quanto negros, também tem preconceitos contra amarelos, vermelhos, verdes, pobres, ricos, esquerda, direita, contra outras religiões, contra pessoas que pensam diferente dele, contra um cara parecido com ele que tem algo que ele não tem; não se engane, um dia o cara que tem preconceitos contra negros virá atrás de você; quando você deveria ter feito algo quando você percebeu o primeiro sinal de preconceito.
4. Amor é a força mais poderosa do universo. No final das contas o filme é uma história de amor onde a única coisa que interessa para Django é encontrar a esposa. Essa é a única motivação de tudo, e não dinheiro, roupas, carros, status, ego, justiça, vingança etc. Por Amor, Django visita todas as fazendas do Sul dos EUA até conseguir encontrá-la. Por Amor você esquece de comer e dormir porque precisa continuar a trabalhar para atingir a sua meta. Nada é tão poderoso quanto o Amor para mover uma pessoa. O Amor leva você a ter visões! O Amor leva você a ter uma visão de uma vida melhor. O Amor leva você a ter uma visão de como as coisas deveriam ser. Ao ter essa visão, você muda. Porque ver é crer, ver é querer, ver é fazer. Além disso, você precisa ver progressos das coisas que você faz para querer continuar a fazer. Ao longo do filme Django está tão apaixonado pela sua esposa que a vê de bem com a vida em todos os lugares bacanas por onde ele passa. Ele a vê liberta, curtindo a vida, sorrindo, tomando banho com água limpa, e isso o ajuda a continuar focado na sua busca. O Amor faz você ver! E se mexer!
Existe muita coisa legal para falar sobre o filme. Mas eu vou parar por aqui para te deixar cheio de vontade de assistir Django Livre ainda hoje, e voltar aqui para continuar a discussão e reflexão sobre o filme.
Assista Django Livre e REVOLTE-SE contra o preconceito das pessoas!
Respeite a Existência, e faça parte da Resistência!
Django! Livre! NADA MENOS QUE ISSO INTERESSA!
QUEBRA TUDO! Foi para isso que eu vim! E Você?
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