Eles se uniram para criar uma página no Facebook intitulada “Três Parques Segurança: de olho em nosso bairro“, onde trocam informações, descrevem suspeitos e discutem o assunto. Os membros têm uma relação de contatos (e-mails, endereços e telefones) de todos os demais integrantes da comunidade. Qualquer coisa suspeita que alguém veja, como uma pessoa desconhecida, um carro estranho ou um grupo que chame a atenção, é gerado uma espécie de alerta para todos os demais membros. Li essa notícia nessa semana achei pertinente compartilhar. Segundo os criadores, desde que a página passou a ficar conhecida na região, os roubos mais comuns, como de estabelecimentos comerciais, residências e veículos, pararam.
Esse é um bom exemplo de mobilização social de quem não só pensa em agir, mas faz a diferença. Obviamente não há como negar a responsabilidade dos órgãos públicos em garantir a segurança da sociedade, entretanto, o brasileiro tem a cultura de reclamar e sempre apontar a culpa para o outro. Ainda que elogiem (e se beneficiem) de ações de outros, a iniciativa ainda é notícia – quando deveria ser comum.
A psicologia do comportamento diz que a nossa personalidade é consequência da forma como interagimos com o meio e que somos totalmente responsáveis pelos comportamentos que produzimos, ou seja, somos produtos e produtores das contingências sociais. Entretanto, o papo de que “a mudança tem que partir de nós” não é nenhuma balela e somos, sim, responsáveis pela mudança social.
A tecnologia tem sido uma grande aliada em outros países para mobilizar a cidadania feita por cidadãos, como é o caso do Open Ideo, Ecomagination, Changemakers, dentre outros. Portanto, se você está lendo esse texto com certeza tem algum acesso à internet e também pode fazer a diferença, como os moradores do noroeste de campinas. Exija seus direitos do poder público, mas faça a sua parte. No Brasil sobram iniciativas virtuais, mas faltam ideias e força de vontade de participação pública.