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Este momento ia chegar e vocês sabiam. As notícias estão se espalhando por ai. Na semana passada, o PandoDaily publicou que o “México de 2013 é o Brasil de 2008”, dando a entender que a economia mexicana está prestes a viver o seu “boom” de tecnologia. Nem todo mundo concorda, claro, e o mercado mexicano ainda está longe da sua maturidade.
Para tentar ter uma noção de como anda o mercado mexicano, decidimos conversar com quem está com a mão na massa, colocando dinheiro no país. Bati um papo com Rodrigo Sampaio e Eduardo Goes, os presidentes da Rocket América Latina, para comparar os mercados mexicano e brasileiro.
Veja a seguir trechos do papo:
Como é sair do mercado brasileiro e empreender em outro país da América Latina?
Muitos dos nossos empreendedores têm experiências internacionais ao longo de suas carreiras conosco. Estamos presentes em todas as grandes economias da América Latina, e isto é um dos grandes ativos do nosso grupo, que se traduz em horizontes ainda mais amplos aos nossos empreendedores. A principal diferença saindo do Brasil é o estágio do mercado de mobile/internet nestes países, ainda aquém daquilo que acontece por aqui.
Há também menos disponibilidade de talentos, menos opções de pagamento (online), menor desenvolvimento dos canais de marketing digital, além, é claro, de muitas das dificuldades encontradas no Brasil, como burocracia, custos transacionais altos, leis trabalhistas antiquadas, etc. De qualquer forma, esperamos que nossos empreendedores se ajustem a quaisquer novas realidades e desafios de forma rápida, e por isto fizemos no último ano uma expansão tão rápida e bem sucedida para fora do Brasil.
Como está a penetração da internet no México? Esse número tem crescido?
Mais de 30% da população já tem acesso à internet, e o número tem crescido a cada ano.
Como está a penetração de smartphones e celulares em geral no México?
Cerca de metade das pessoas que têm acesso à internet já tem smartphones, muitas delas também tablet. Quanto ao total da população, a penetração de smartphone é estimada em algo como 20%.
Tem muita gente dizendo que o México é o “próximo Brasil”, do ponto de vista de que será colocado num patamar de economia quente. Vocês concordam com isso?
A economia mexicana está crescendo e tem o potencial de continuar. Não faríamos uma avaliação econômica mais ampla, mas sem dúvida, do ponto de vista do consumo, não há por que discordar da sua afirmação. Como segunda economia da região, e dado que o país ainda está atrás do Brasil em uma série de aspectos pertinentes ao nosso mercado, é razoável assumir que os próximos anos serão favoráveis ao empreendedorismo.
Tem também muita gente que diz que o mexicano não compra online. Isso é verdade? Pode falar um pouco sobre o assunto?
Isto era em grande parte verdade. Mas estamos ajudando a mudar esta realidade. Já temos uma participação importante no e-commerce do país, lançamos outros modelos de negócio lá recentemente, e temos buscado mostrar ao povo mexicano que consumir online e se utilizar de novas soluções mobile tem grandes vantagens, e que há players nos quais se pode confiar. Estamos levando inovações importantes ao mercado de lá, e até o momento os resultados têm sido muito bons, embora não sem grandes desafios também.
O fato de as empresas expandirem para o México ligadas à Rocket facilita a entrada no país? A Rocket tem outras empresas no México?
Sem dúvida. Já temos múltiplas operações no México, o que facilita sobremaneira a nossa capacidade de contratar, operar e expandir. Entre as principais operações da Rocket no país figuram o Linio, a Dafiti, a Easy Taxi e o HelloFood.