O termo “photoshopar” já é há tempos sinônimo de manipulação de imagem. Mas a prática é, na verdade, muito mais antiga e complexa do que o software, tão antiga quanto a própria fotografia.
Uma exposição que está rolando na National Gallery of Art de Washington explora justamente isso: copiar, cortar e colar – e como estes termos evoluíram, do seu nascimento à fotografia digital.
Hoje, com as ferramentas disponíveis, nada é o que parece ser. Mas esse sentimento de desconfiança sempre existiu devido às técnicas primitivas de manipulação.
A exposição passa por nomes como Gustave Le Gray, fotógrafo francês do século 19. Em uma fotografia famosa sua, a tecnologia disponível na época dificultava conseguir tanto as nuvens quanto o primeiro plano de paisagem na exposição correta. Para corrigir isso, Le Gray cortou as nuvens de um negativo e a paisagem de outro, combinando os elementos juntos em uma cena perfeita.
Com as limitações das câmeras, sempre haviam distorções e pequenos problemas no resultado, que eram corrigidos à mão para que a foto parecesse mais com a vida real.
Com a popularização da fotografia, artistas como os do movimento surrealista passaram a enxergar as limitações como experimentos. A manipulação de imagens passou, então, a ser uma ferramenta para compor arte e propaganda.
A National Gallery of Art, retrata, por exemplo, as falsificações fotográficas realizadas pela União Soviética, que usava recortes para compor estrategicamente os soldados de Stalin, criando uma estética particular e um significado de poder e liderança.
A exposição retoma questões da verdade documental na fotografia, explorando todos os lados da manipulação e sua produção de diferentes significados, que já era prática comum antes mesmo de o Photoshop ser ferramenta indispensável.
Abaixo, veja algumas destas fotografias.
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Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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