Natal – Tanques coletivos de resfriamento de leite representam uma solução para cumprimento da Instrução Normativa de número 62, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Somente no Rio Grande do Norte são 85 tanques, distribuídos em várias regiões do estado, que podem beneficiar pecuaristas ligados a cooperativas e associações de produtores. No entanto, os equipamentos são subaproveitados, muitas vezes, por falta de conhecimento tanto por parte do produtor quanto do executivo municipal.
Para disseminar políticas públicas como essa, que auxiliem no fortalecimento da cadeia produtiva do leite nas cidades, secretários municipais de agricultura de todo o Nordeste estarão reunidos em Parnamirim (RN), no dia 8 de junho, durante o XI Encontro Nordestino do Setor de Leite e Derivados (Enel). Estão sendo esperados ao menos 350 secretários, que vão se inteirar de programas e políticas para atender às necessidades da pecuária nordestina.
Um dos assuntos que entram nos debates será a questão dos abates clandestinos, problema comum a muitos municípios do Nordeste. A situação dos abatedouros clandestinos e as especificações para a legalização desses estabelecimentos serão apresentadas no encontro, cuja abertura está prevista para as 9h, no Parque Aristófanes Fernandes, onde estará ocorrendo o Enel. Outro ponto de debate será a regularização das queijeiras artesanais. Experiência em Minas Gerais confirma que é possível legalizar as queijeiras apenas com inspeção municipal.
“O Encontro de Secretários Municipais de Agricultura do Nordeste vai nortear as principais políticas de incentivo ao desenvolvimento da pecuária leiteira em âmbito municipal”, explica o coordenador do encontro, Manoel Neto, técnico da Emater. Segundo ele, existem muitos programas que os secretários desconhecem e, por isso, não repassam aos produtores locais.
No caso do Rio Grade do Norte, a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Pesca (Sape) dispõe de projetos para viabilizar a aquisição de equipamentos de infraestrutura, como tanques de resfriamento e ensiladeiras, e capacitações técnicas. Mas poucos requerem esses recursos.
As máquinas ensiladeiras são importantes para o produtor nordestino principalmente porque trituram capins, milho e sorgo, abundantes no inverno, e armazenam em silos para serem utilizados em períodos de estiagem, quando há escassez de alimentos.
Enel
As inscrições para o Enel estão sendo feitas pela internet, no site http://enel.rn.sebrae.com.br/. O evento é promovido pelo Sebrae no Rio Grande do Norte e Associação Norte-rio-grandense de Criadores (Anorc), com apoio de diversos parceiros. A expectativa é que o encontro receba um público de até 16 mil pessoas em função da programação de palestras, cursos, minicursos, painéis, mesas redondas, debates, encontros e estudos de casos.
Serão tratados temas, como morfologia para caprinos e ovinos leiteiros, inovação tecnológica nas propriedades rurais, aplicação de Nisina em queijos artesanais, fabricação de iogurte e bebidas lácteas, fabricação de queijo de minas frescal, estruturação de pequenos laticínios para comercialização de produtos, cálculo da quantidade de forragem para o rebanho, utilização da palma forrageira, pragas e doenças que afetam a palma, melhoramento genético de ovinos e caprinos, ordenha higiênica, entre outros.
A programação técnica é um dos pontos fortes do Enel – que, pela terceira vez, é realizado no estado. Os cursos e minicursos na área de derivados do leite serão ministrados pelo corpo técnico da maior escola de laticínios do Brasil, o Instituto Cândido Tostes, situado em Minas Gerais.
Os participantes do encontro contarão também com vitrine de lácteos e concurso de queijos regionais, exposição de máquinas, equipamentos, serviços, insumos e embalagens. Além disso, será realizado também o torneio leiteiro com as raças bovinas de Girolando, Gir, Holandês, Sindi, Guzerá e Mestiça, assim como exposição, julgamento e leilão de animais, tanto bovinos quanto equinos, caprinos e ovinos.
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