Estive semana passada em Shanghai, a cidade mais populosa da China, com 20 milhões de habitantes. O Congresso da Semana Global do Empreendedorismo reuniu mais de 100 países na terra do “ling-ling”.
No primeiro dia participamos de uma conferência que debateu temas como cultura de se empreender, investidores, educação empreendedora. NADA diferente do que temos no Brasil. Inclusive, o momento e a economia são bem parecidos, basta pegar os dados do GEM (Global entrepreneurship monitor) e ver que Brasil e China, além de fazer parte do BRIC, possuem uma economia direcionada para rápido crescimento e eficiência. Se a cultura por aqui está mais fortalecida, lá também. Se falamos de brilho nos olhos e sonho grande, foi o que lá mais se falou. Mas se olhando para o vasto Brasil, às vezes, temos a impressão de que tem muito chão pela frente, pode ter certeza que ver o pequeno varejo em condições de “boteco” em SP e ser cutucada pelos mendigos na rua, não foi nada progressor!
Pela tarde, houve uma premiação para investidores-anjo e empreendedores que foram revelação no ano. Isso foi algo que realmente está a frente do Brasil… a rede começou a ser formada lá e está dando os primeiros frutos. Teve até um investidor famoso na TV por suas atuações!
No segundo dia, o ponto alto foi a premiação dos países na Semana Global. Foram 6 categorias em que estrelamos em 4 entre os top 5. Não o bastante, trouxemos o prêmio mais importante: o Host Choice Award. Quando todos os países votam no país que “merece”. Estava ali representando o Oriente Médio, mas o orgulho de ter construído a SGE por anos e estar recebendo o terceiro prêmio para o Brasil transbordava. Ainda bem que o Juliano Seabra, da Endeavor, me chamou ao palco com ele. Foi uma emoção exponencial. Sublime. Ok, começou a ficar piegas hahahah.
No último dia, bateu a reflexão. Fui convidada a participar de uma visita ao Silicon Valley de lá. Foi meio “private”, cerca de 15 pessoas foram contar sua experiência com o empreendedorismo. Chegando lá, tinha Burger King e Starbucks para todo mundo. A batata frita estava fria já, mas achei bonitinho da parte deles de tornar o encontro mais globalizado e agradar a todos os paladares. =)
Muito legal ver que cada país tem seu Vale do Silício. Como dito no TechCrunch uma vez, Silicon Valley se tornou mais um conceito do que um lugar propriamente dito. Em Dubai, Existe um Knowledge Village com incubadoras e o Internet City próximo, para estimular talento e fomento de negócios. No Brasil a PUC-RS e a Unicamp são outros exemplos de aliar conhecimento de universidades a prática dos negócios. E na China, o EFG Entrepreneurship Foundation for Graduates está pertinho da Tongji University.
Achei o perfil de incubadora lá um pouco mais sério, meio IBM (quadradão e mais “frio”). Foi legal ver que, mesmo a China bloqueando twitter e facebook (o que foi um período de abstinência pra mim, mas é bom pra gente aprender DE NOVO que consegue sobreviver sem isso) eles admiram empreendedores de todos os lados, aqui está o Steve Jobs ao fundo! =) Afinal, exemplo é exemplo!
A primeira frase traduzida do sr. Frank He foi: O inglês é pouco mas o coração é grande! E no decorrer do discurso se mostrou aberto para estreitar laços com iniciativas empreendedoras que possam beneficiar a todos. #ficaadica quem tiver interesse é só me falar!
Quando chegou minha vez de falar, a conversa foi mais descontraída, consegui até arrancar uma risada dele, mesmo com a tradução. No fim, ele mencionou que com a Dilma, talvez seja um ótimo momento para começar a melhorar o ambiente para empreendedores. Tudo que eu pude dizer foi…. pois é, vamos tentar! hahah Eu sinto que realmente vai começar uma mudança, mas com o histórico de promessas de políticos no Brasil, fica difícil demonstrar muita confiança.
Essa foi uma viagem que quebrou paradigmas. Cruzar o planeta e ver que somos iguais apesar do olhinho puxado é de dar risada. Grandes economias? Potências? Numa boa, está todo mundo no mesmo barco, remando a favor de uma maré chamada empreendedorismo. Um país vira potência quando assume que está constantemente aprendendo, que está aberto ao novo e que se cerca de recursos para sustentar sua evolução, recursos estes que podem ser tempo, pessoas que fazem acontecer, laços internacionais e claro, a primeira coisa que você pensou, dinheiro, mas com dinheiro e sem atitude, não há potência!