Parceria entre Sebrae e MDIC vai dar mais competitividade aos fornecedores das montadoras
O Sebrae e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) assinaram acordo nesta terça-feira (11) para dar mais competitividade aos fornecedores de pequeno porte das montadoras brasileiras. Dessa forma, elas passam a contar com mais peças brasileiras de qualidade e a atender a uma das diretrizes do Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Inovar-Auto).
O Sebrae vai trabalhar diretamente na capacitação desses pequenos negócios, focando na gestão, inovação e sustentabilidade. “Fornecer para as montadoras tem vantagens não só por abrir as portas para um mercado nacional que movimenta bilhões, como também para exportação, já que todas elas atuam em escala global”, explica o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.
Desde o início de sua vigência do Inovar-Auto, em 1º de janeiro de 2013, já foram anunciados aproximadamente R$ 8,3 bilhões em novos investimentos no setor automotivo. O governo ainda tem expectativa de que novos anúncios possam ser feitos até o final do prazo de vigência do regime automotivo, em 2017.
Segundo o diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, o setor automotivo é estratégico para o país pela grande quantidade de empregos gerados e por oferecer boas oportunidades aos pequenos negócios. “Nosso desafio na parceria é promover assistência técnica e melhoria da gestão dos empreendimentos de pequeno porte para que possam ingressar na cadeia de valor do setor e gerar emprego e renda no Brasil”, diz.
No entanto, os pequenos negócios precisam estar preparados para atender aos rigorosos requisitos dessa indústria, como certificação, gestão empresarial, melhoria na qualidade e capacidade produtiva, que são eixos importantes do novo Regime Automotivo Brasileiro. Inicialmente, o Sebrae vai atuar em parceira com nove montadoras: Fiat, Volkswagen, Renault, Nissan, Peugeot Citroen, Ford, Chevrolet, MAN e BMW.
Primeiro, será realizado um diagnóstico, já que atualmente não há dados sobre os pequenos negócios que atuam no setor automotivo e nem de que forma estão inseridos na cadeia produtiva. Esse raio X deve ficar pronto ainda no primeiro ano do acordo, que terá duração de 36 meses. Depois, o Sebrae irá apontar as melhores soluções para que as empresas otimizem sua produção, tenham gestão mais eficiente, menos desperdício e mais oportunidades de negócios, não apenas se tornando fornecedoras de grandes montadoras como também abrindo novos horizontes para negociar com outras companhias do setor.
Os custos do projeto serão divididos com as montadoras, que arcarão com 30% do valor total. Essa é uma ação do programa de Encadeamento Produtivo do Sebrae, que visa a incluir os pequenos negócios na cadeia produtiva de grandes âncoras de vários setores, como petroquímico, construção civil, aviação, extração mineral e, agora, automotivo.
Encadeamento produtivo
Desde 2004, o Sebrae promove a parceria entre os pequenos negócios e grandes grupos, chamada de encadeamento produtivo. Já foram atendidos no programa mais de 15 mil pequenos negócios que se tornaram fornecedores ou ampliaram o volume de vendas para gigantes dos setores em que atuam. Até o próximo ano, a expectativa sinalizada pelas grandes empresas compradoras em termos de compra junto aos pequenos negócios é superior a R$ 5 bilhões. Participam do programa junto com o Sebrae grandes empresas como a Petrobras, Vale, Braskem, Gerdau, Odebrecht, Consórcio Guarulhos Airport e Nestlé.
As parcerias e oportunidades de negócios para as maiores companhias brasileiras e os pequenos empreendimentos de uma mesma cadeia produtiva serão objeto de debate em evento que o Sebrae realiza nos dias 21 e 22 de maio, em São Paulo. Evento nacional, o Fórum Encadear – Pequenas e Grandes Empresas Trabalhando Juntas vai debater os temas Como aumentar a competitividade na indústria unindo grandes e pequenas empresas e Oportunidades para grandes e pequenas empresas no comércio, serviços e agronegócio. A intenção do Sebrae é de reunir grandes companhias parceiras (como Petrobras, Vale, Odebrecht, Gerdau, GE, etc) e as pequenas empresas envolvidas nesses projetos. Cerca de 700 pessoas devem participar dos debates.