“Este produto contém mais de 4.700 substâncias tóxicas, e nicotina que causa dependência física ou psíquica. Não existem níveis seguros para o consumo destas substâncias”. Essa é a mensagem impressa em caixa alta na lateral de todos os maços de cigarro legalmente comercializados no Brasil. Para combinar, o verso das embalagens traz algumas imagens bem desagradáveis. Elas vão desde uma criança tapando o nariz para não inalar fumaça, passam pela mão de uma mulher acenando com o polegar para baixo sob o aviso de que o cigarro pode causar impotência e culminam em uma caixa torácica perfurada e costurada. Como fumante e amiga de um monte de fumantes, posso afirmar que essas medidas só assustam aqueles que estão em torno de quem fuma ou quem está comprando sua primeira cartela de cigarros. Quando você fuma e vê as imagens chocantes do maço todos os dias, elas acabam virando paisagem.
Alguns anos atrás os cigarros eletrônicos despontaram como uma esperança para os que eram incapazes de largar o vício de vez ou para quem queria tentar uma opção que se dizia mais segura do que os cigarros comuns. Converse com alguns fumantes inveterados e você vai descobrir que, embora o vício na nicotina seja complicado, o problema de verdade está em abandonar o hábito. É a pausa pra fumar, a paradinha, os cinco minutos que servem muito bem quando você está nervoso, chateado ou simplesmente entediado.