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Turismo no Rio vai precisar de mais 80 mil profissionais até as Olimpíadas


Com a expectativa de receber 380 mil turistas nos Jogos Olímpicos de 2016, de acordo com a Embratur, o Rio de Janeiro vai precisar de 80 mil profissionais capacitados para atender à demanda da expansão da rede hoteleira. A estimativa é do secretário estadual de Turismo do Rio de Janeiro, Claudio Magnavita, que participou da formatura de 50 alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) Copa, no Morro da Urca, local que forma junto com o Pão de Açúcar um dos principais cartões-postais da cidade.

De acordo com o secretário, o Rio de Janeiro vive hoje uma situação de pleno emprego, com o índice de desemprego em torno de 3% no estado, e isso se reflete também na hotelaria. Para Magnavita, é necessário promover qualificação profissional e a absorção dessa mão de obra pelo mercado.

“Com a expansão que está ocorrendo em virtude das Olimpíadas, nós estamos saltando de um universo de 32 mil apartamentos para 48 mil apartamentos. E hoje você tem uma relação, da Organização Mundial do Turismo (OMT), de 1,1 funcionário por unidade hoteleira, isso significa que a mão de obra que a hotelaria vai precisar para esses novos hotéis é em torno de 20 mil empregos diretos. E a relação para empregos indiretos é de 3, ou seja, nós temos aqui no Rio de Janeiro uma explosão de necessidade de mão de obra na hotelaria de até 80 mil empregos”.

Ele lembra que o Rio de Janeiro ainda tem muito trabalho pela frente no setor de turismo por causa do megaevento. “Ao contrário das outras cidades-sede da Copa, que com o apito final da Copa no dia 13 de julho encerra a missão, a nossa missão começa com o apito final, pois deixamos de ser uma das 12 cidades-sede e passamos a ser a cidade olímpica”.

Magnavita ressalta que a cidade está preparada para a Copa do Mundo, com expectativa de 300 mil turistas, pois recebeu cerca de 200 mil visitantes na Copa das Confederações e recebe, todos os anos, cerca de 700 mil turistas para o réveillon e um milhão no carnaval, além dos 2 milhões que vieram para a Jornada Mundial da Juventude, no ano passado. “Nós já passamos no teste”, disse.

O ministro do Turismo, Vinicius Lages, destaca que o Pronatec Copa começou em 2012 e superou a expectativa de qualificação. A ideia inicial era oferecer 157 mil vagas em todo o país, mas o número chegou a 166 mil. De acordo com ele, o projeto continua no segundo semestre, com o Pronatec Turismo.

“O turismo depende muito da qualidade dos serviços e essas pessoas que se qualificaram no Pronatec vão poder prestar melhor serviço, vão dominar a técnica. O povo brasileiro é bastante hospitaleiro, os profissionais que já trabalham e ainda não tiveram a oportunidade têm condições de oferecer um ótimo serviço, mas com qualificação, com domínio da técnica, inclusive com o domínio de idiomas,  esse serviço vai se prestado com muito mais qualidade. É uma oportunidade valiosa para esses profissionais e as empresas que investiram nessa qualificação”.

Os cursos básicos oferecidos pelo programa na área são para a formação de garçom, recepcionista de evento e recepcionista em meios de hospedagem, com duração média de 160 horas, além do curso de Inglês Aplicado a Serviços Turísticos, oferecido para quem já trabalha na área. A superintendente de educação do Senac-RJ, Vilma Freitas, explica que no estado do Rio de Janeiro foram oferecidas 10 mil vagas, sendo 3 mil delas pelo Senac.

“A gente fez uma programação para coincidir com a Copa para as principais ocupações demandadas para o evento. Agora a gente entra em uma outra fase, que é das Olimpíadas, a gente continua com o programa, buscando a parceria principalmente do mercado. É muito importando para o programa dar certo a gente trabalhar junto com eles, em cima da demanda que eles tem”.

Desempregada há nove anos, Rosália Pereira viu no curso de recepcionista de meios de hospedagem uma oportunidade para entrar no mercado de trabalho. “Estou lutando por uma vaga, currículo é o que não falta na bagagem. O curso foi muito bom, porque eu pude desenvolver uma segunda língua, que é o inglês, me possibilitou abrir novas fronteiras. O inglês é mais voltado para a aérea de recepção, fazer um check-in, um check-out, lidar com o turista, saber falar com ele, recepcionar, saber solucionar situações que ocorrem no dia a dia”.

Julia Rodrigues já trabalha em um hotel, como atendente de governança, e teve a oportunidade de estudar inglês por um ano. “A importância é você poder ajudar as pessoas que vem para o nosso país e falam outra língua, é você poder colaborar para que ele tenha uma boa estada no nosso país. Agora eu consigo me comunicar melhor, vejo uma grande diferença, eu consegui absorver bem. Antes do curso eu tinha um pouco de vergonha de falar, depois do curso eu me sinto mais segura para falar com o hóspede sem pedir ajuda para um colega de trabalho”.

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