O Facebook pode espernear a vontade, mas nessa não tem como: a Copa foi no Twitter.
Os números de engajamento e de conversação nas redes são bem diferentes, haja vista a óbvia disparidade de usuários totais em cada uma delas: enquanto o Twitter diz que possui 255 milhões de usuários ativos por mês, o Facebook se gaba de um total de 1,28 bilhão de pessoas ativamente conectadas por mês na rede social. Não sei vocês, mas eu acho meio complicado brigar por total numérico quando uma rede é 5x o tamanho da outra. Mas continuemos.
Métricas absolutas à parte, ambas as redes declararam que a Copa do Mundo de 2014 foi o evento mais comentado da história de cada uma. O Facebook diz ter gerado 3 bilhões de interações (entre posts, comentários e curtidas), enquanto o Twitter informa ter contabilizado 672 milhões de tuítes durante o mundial, mas não informa outras formas de engajamento tuiteiro, como RTs e favoritadas.
Ou seja, cada uma contou a história que quis, e apresentou métricas referente ao que estava acompanhando. O BusinessInsider fez uma interessante comparação entre o que seria uma “equalização” dos dados – eles utilizaram estimativas próprias da quantidade de curtidas que uma pessoa costuma dar, e de quantos comentários costuma fazer, para destacar o que seria uma quantidade razoável de postagens que as pessoas teriam feito no Facebook. Isso porque cada tuíte teria como um equivalente uma postagem, e cada reply (que também é considerado um tuíte) seria comparável a um comentário, e uma favoritada poderia ser equivalente a uma curtida, dada a facilidade de interação a partir de apenas um clique ou toque na tela.
O resultado da equipe de dados do BusinessInsider foi esse:
Juntando a estimativa de total de postagens e de comentários e comparando-a com o total de tuítes feitos durante a Copa do Mundo, a vantagem do Facebook fica muito menor, ainda mais se considerarmos a sua base de usuários equivalente a 5 ‘Twitters’.
Isso deixa claro, em números (ainda que estimados) que a Copa realmente foi bem mais importante para o Twitter. O evento deixou clara, se não transparente, a vocação do Twitter de ser uma rede de interesses instantânea, focada no tempo real, e que serve perfeitamente como segunda tela para quem gosta de acompanhar programas com os amigos através de ferramentas virtuais.
Bem-vindo ao Twitter. Nós somos os homens e mulheres por trás do Facebook engraçado do seu amigo.
— Rafa Eu (@RChaaban) August 23, 2013
O algoritmo do Facebook, que determina o que cada usuário verá no seu feed de notícias, muitas vezes mais atrapalhou do que ajudou – não era raro ver postagens sobre os jogos do dia anterior, que tinham se tornado ‘notícia velha’, circulando na manhã do dia seguinte na sua timeline. Depois de mais de 12 horas, ver postagens com emoções do jogo é algo bem chato e que eu preferia ter visto no dia anterior, e não naquele momento.
Por isso, pode acreditar: na Copa do Mundo da Internet, o Twitter foi o grande campeão.
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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