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Não rompa padrões, não faça competição, não pergunte o que não precisa


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O sol, no inverno, é mais poético: dá mais alma ao meu ser robótico.  Outras coisas que fazem isso comigo são ler, ouvir e prestar atenção nas coisas.

Muita gente me pergunta se meus editoriais e críticas são dirigidos a alguém em específico ou se houve alguma coisa. Respondo parafraseando uma meditação que o anglicano John Donne escreveu no Século XVI e que o escritor Ernest Hemigway tornou popular em 1940: “não pergunte por quem os sinos tocam, eles tocam por você”.

Ainda, Ben Horowitz escreveu em março deste ano que os dois principais erros que um CEO pode cometer são: 1) levar as coisas a nível muito pessoal e 2) não levar as coisas a nível muito pessoal. Não pergunte se houve alguma coisa, ou mesmo se vai acontecer alguma coisa: veja na nossa página de eventos. Não queira uma resposta, queira uma pergunta.

Há um autor novo que eu descobri que gosto muito – Peter Thiel – que colocou perguntas, respostas e ideologias em seus devidos lugares.

Peter Quem?

Mestre em xadrez pela federação norte-americana, filósofo de formação, jurista interrompido (pelo que hoje considera boa sorte), filantropo de pesquisas em saúde e de iniciativas sociais, nossa turma o conhece melhor pelo lado empreendedor: Thiel fundou, fundiu, abriu no mercado de capitais e vendeu para o eBay o hoje-gigante-e-ainda-crescendo-muito Paypal.

Ah, ele ainda fundou a Palantir e investiu em dezenas de empresas, incluindo as mundialmente famosas Facebook, SpaceX, Linkedin, Spotify, Yelp e as orgulhosamente brasileiríssimas Oppa, Descomplica e ContaAzul. Ao meu ver, ele escreve tão bem quanto fez todo o resto – ok, escreveu com a ajuda do aluno Blake Masters, que tomou notas das pérolas que Thiel falou em um curso, mas ainda assim o valor está no que ele pensou e na forma como articula. Para terminar meus comentários sobre o fascinante perfil dele: nasceu na Alemanha, é filiado ao Partido Libertário, é titular de alguns bilhões de dólares, previu duas bolhas econômicas e é gay.

Os motivos pelos quais gosto do livro somam-se aos motivos pelos quais admiro Thiel. Bem, to put it straight (no pun intended): eu já era friendly ao cara, agora sou openly um admirador. A lista de realizações profissionais e cidadãs chamam atenção, claro, mas existem algumas pessoas com feitos similares – só que raras são ao mesmo tempo bilionárias, visionárias e humanitárias.

The book is on the table

A meu entender, o que agora coloca Peter em outro patamar é a força e a clareza do pensamento articulado no livro “Zero to one: notes on startups or how to build the future”, que será lançado em 16 de setembro (os autores me enviaram uma “not for sale uncorrected proof, advance reader’s edition”).

Alguns conceitos do livro que me instigaram:

  • “Qual empresa valiosa ninguém está criando hoje?” é a pergunta mais importante que um empreendedor ou investidor podem perguntar a si mesmos e aos outros – e tentar responder com a criação, expansão e perpetuação de negócios;
  • A característica mais importante do futuro não é que ele ainda não aconteceu, é que ele seja radicalmente diferente e já tenha suas raízes no presente;
  • Globalização é uma que espalha progresso extensivo horizontalmente, mundo afora mas não cria nada. Ela leva as coisas que existem (os números 1) até suas capacidades (variável N);
  • A tecnologia é uma força que cria progresso intensivo verticalmente, concentrando coisas que não existiam (leva do 0 ao 1);
  • O desespero que levou ao estouro da bolha pontocom nos anos 2000 foi causado pelo não-entendimento das pessoas sobre a principal característica de negócios realmente inovadores: o principal valor que ele pode gerar será visto 10 ou 15 anos depois;
  • Startups podem sonhar grande, mas não conseguem abraçar nenhum mercado grande se esse for seu primeiro passo; comece nichado, pequeno;
  • É ruim quando você quer se diferenciar ao tentar ser uma interseção superespecializada de três mercados diferentes, pois a incidência disso no mundo real é muito pequena. Por outro lado, é muito difícil fazer a união de vários mercados, atuando em todas incidências (mas é isso que Google a Apple conseguiram fazer, com o passar do tempo);
  • Competição é uma ideologia que introjetamos mas foi criada como modelo econômico aos moldes de teoristas da física: não por ser verdade ou ideal, mas por ser mais fácil de modelar;
  • Todas empresas felizes são diferente: cada uma conquistou um monopólio por resolver um problema único. Todas empresas falidas são parecidas: falharam escapar da competição;
  • Mesmo que, em meio a tanta competição, você não consiga vencer no jogo onde outros estão na frente, não busque a tal da disrupção (ruptura, interrupção). Você não precisa criar um novo jogo só para você poder inventar as regras e sair na frente até que outros aprendam a jogar. Você deve simplesmente inovar: entrar em um jogo, ir jogando, fazer seu produto pegar carona em loops de consumo e se tornar um produto substituto ou acessório, até o ponto em que consegue fazer uma jogada inovadora forte (que seja ao menos 10 vezes melhor do que a concorrência) e pegar o mercado para você;
  • Empresas que detém monopólios vão dissimular o fato, dizendo que a competição é foda. Empresas que estão fodidas pela competição ficam fazendo de conta que são especiais;
  • Monopólios costumam ser combatidos, mas há um tipo de monopólio criativo que surge a partir da criação de novas áreas a serem exploradas – e esse tipo não canibaliza as empresas anteriores, mas as alimenta;
  • Monopólios não podem se deixar levar pela inércia de seu tamanho, senão serão engolidos por novos monopólios (a Apple já foi menor do que a Microsoft e que a IBM, agora é maior do que ambas juntas);
  • O próprio governo norte-americano (e possivelmente o de outros paíse) conta com órgãos que, por um lado, estimulam o surgimento de monopólios ao concederem patentes para tecnologias e, por outro lado, combatem a formação de trustes e outras variações de excesso de poder econômico.

Basta, não vou resumir todo o livro para vocês (ou mesmo para mim). Fiz isso num gesto de transparência e partilha: demonstrei como o livro já se tornou muito importante para mim (no mínimo, da mesma forma como “The hard thing about hard things”de Ben Horowitz me conquistou de vez). Boa leitura, bom solzinho 😉

 

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