Bora lá. Vamos ignorar o fato de que apenas no Brasil uma mesma empresa programa, produz e distribui canais a cabo, num esquema de semi-monopólio arrojado e declarado. Sim, eu tô falando da turma NET/Globo.
Bom, como disse, vamos ignorar.
Outro fato é que comprei o pacote Total HD Max, da NET. Daí, você deduz que todos os canais estarão disponíveis. Total é tudo, certo? Errado. Não tem os da linha Telecine (eu passo), HBO nem os Max (daí, mais uma ironia no nome do pacote). Tá, eu devia ter desconfiado e me informado melhor.
Enfim, vamos ignorar também este parágrafo.
O foco aqui é outro tema, que tem a ver com as coisas que falei acima. Você já viu os executivos da NET falando? Tem sempre um lero sobre o estímulo que exercem à produção nacional, até como forma de tentar justificar o lobby contra a nova regulamentação da TV paga tal qual vem sendo proposta, com percentual fixo de programação criada e feita no Brasil.
Mas eu tenho certa dificuldade em acreditar nesse lero.
Existem canais como Management TV, no ar desde 2007, que tem produção parcialmente nacional e programação de negócios e comunicação bacana e exclusiva, e Chef TV, que debutou esse ano, que eu particularmente acho bem legal, criativo e, pô, os programas de culinária são bem mais didáticos, apaixonados, brasileiros, sem ingleses engraçadinhos fazendo coisas com curry como se esse fosse o condimento mais irado do mundo e menos anamariabragueanos que os do GNT.
E esses canais, a despeito do discuro da NET, não constam em sua programação.
Uma dúvida que tenho: qual o critério dela, a supracitada NET, com o perdão da repetição nominal, para o fomento da produção televisiva nacional?
Enquanto você pensa, e esperamos a resposta, saliva aí com a receita de frango grelhado com arroz basmati crocante com molho de melão e maracujá.
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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