Eu visito a Campus Party há 8 anos, desde a sua primeira edição, na Bienal do Ibirapuera. O que posso dizer sobre ela foi se tornando quase que um clichê com o passar dos anos, mas é verdade: a Campus Party é a experiência em vida real do que temos na própria web.
O ambiente é barulhento, as informações são abundantes e sempre parece que estamos perdendo algo importante – alguma palestra, um convidado interessante, uma discussão, uma conversa com uma pessoa incrível e inovadora – e eu acho que isso é exatamente o tipo de sensação que eu tenho quando passeio pelo meu feed do Twitter ou do Facebook.
Faltam horas do meu dia para tanta coisa boa, e é preciso conviver com o fato de que é humanamente impossível estar a par de tudo.
Outra coisa que continua sendo uma verdade para a Campus Party é a conexão entre pessoas. Muita gente visita os pavilhões, trazendo malas, mochilas, travesseiros, computadores e adaptadores para poder transformar um conhecido de internet em amigo da vida real, para transformar um avatar em uma pessoa de verdade, para rir juntos de piadas meméticas e se sentir parte de um grupo.
Como já era de se esperar, essa experiência é cheia de ruídos, que vão desde o tradicional barulho causado pelo áudio de palcos simultâneos até os OOOoooo de empolgação dos campuseiros.
O que melhorou na Campus desde 2008 é a estrutura. De uma festinha entre blogueiros e influentes da web, a CPBR virou uma grande festa da internet, com espaço para as mais diferentes tribos – são makers, empreendedores, cientistas, gente que adora robôs, que gosta de tunar desktops, que curte jogar um lolzinho, um monte de jornalista de tecnologia e marcas das mais variadas, que querem a todo custo imprimir a visão de que ~entendem dos paranauês da interwebz~.
A Campus Party ainda rola até sábado, quando é encerrada a programação de conteúdos, e os campuseiros são convidados a desmontar o acampamento e voltar pra casa. Infelizmente os ingressos estão esgotados, então apenas quem já garantiu sua credencial de campuseiro pode comparecer ao vivo. No entanto, quem se interessar pelos temas que estão sendo debatidos pode acompanhar toda a programação através do portal campuse.ro, onde todas as palestras são transmitidas por streaming ao vivo e ficam disponíveis para serem assistidas mais tarde.
A área aberta permite conhecer startups (fica a dica para os investidores que estão em busca de boas idéias) e testar algumas tecnologias nos stands dos patrocinadores.
Para quem me pergunta se “vale a pena vir à Campus Party”, eu sempre digo que vale sim. Mas venha com a mente aberta. As coisas aqui funcionam na mesma (des)organização da internet – um bocado de autonomia, meia dúzia de regulações pra evitar que vire uma baderna, e muita coisa interessante para quem souber procurar.
A única diferença é que aqui não tem Google. Então é preciso ficar de olho no que a galera anda compartilhando nas redes sociais – a hashtag oficial do evento é #cpbr8.
> FOTO de capa: Marcio Hanashiro / Japa Fotografia
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie