Ok, a gente já sabe que o Oculus Rift é uma BAITA ferramenta para jogos e para imersões em outros mundos. Só recapitulando, portanto, algo que já escrevemos um tempo atrás:
O Oculus Rift é fantástico. Se você testou a encarnação original, sabe que ele é incrível. É realidade virtual feita de maneira correta como nunca visto antes. É revolucionário.
É tudo verdade. Além de nos levar para mundos que nunca imaginamos, ele expande a nossa imaginação para campos com os quais nunca sonhamos antes. Mas e se o Oculus Rift fosse usado para mostrar realidade, muita realidade, realidade até dizer chega?
Foi isso que se perguntou Nonny de La Peña, CEO do Emblematic Group e pesquisadora na USC, nos EUA. Ela resolveu usar o Oculus para nos colocar na pele de testemunhas de crimes, de agressões e até de guerras. E, por causa desse trabalho, tão simples e tão forte, ela foi eleita uma das pessoas que fazem o mundo mais criativo pela Fast Company, uma das principais referências em inovação nos EUA. Ela é, simplesmente, uma pioneira em usar realidade virtual para criar experiências impressionantes — e que estimulam a nossa empatia para com os conflitos que pessoas de diferentes lugares do mundo precisam enfrentar.
E como ela faz isso? De várias formas. Ela faz apuração jornalística de um evento. Por exemplo, a guerra na Síria (esse projeto teve apoio até do Fórum Econômico Mundial). É um trabalho extenso, que envolve a captação de sons, a descrição exata dos lugares onde as coisas aconteceram e até a forma como as pessoas reagem… a uma bomba explodindo.
Então ela usa sensores para medir os seus movimentos, caro leitor, e transporta esses movimentos para o Oculus Rift. Pronto. Você está caminhando por uma cidade da Síria. Você, num escritório neste Brasil brasileiro, acaba se transformando numa testemunha de guerra na Síria — ou vê como policias maltratam imigrantes ou testemunha estupros em universidades.
Muita gente diz que as pessoas acabam se desumanizando na internet — muito ódio, muito troll, muita gente sem muita coisa para fazer. Porém, trabalhos como o de Nonny mostram que a menina internet, com o Oculus Rift, podem dar uma baita força para nos colocar no lugar de outras pessoas, que sofrem muito mais do que nós — e a gente pode dizer que o projeto faz isso QUASE literalmente.
Veja alguns dos vídeos abaixo. Infelizmente, não há legenda para o português. Mas você vai entender…
Síria
Espancamento
Fome
O post Como o Oculus Rift nos transforma em testemunhas de violência para exercitar nossa empatia apareceu primeiro em Gizmodo Brasil.