Chegou o Carnaval, época de pegação e de muito sexo, e exatamente o período em que o Ministério da Saúde brasileiro se esmera em conscientizar a população, em especial os jovens, sobre a importância do uso da camisinha.
Neste ano, o MS fez uma campanha sensacional, com foco em aplicativos móveis. Foram criados perfis falsos no Tinder e no Hornet, app voltado ao público gay, de personagens masculinos e femininos que buscavam sexo casual e sem proteção.
Os responsáveis pelos personagens circulavam por regiões badaladas do Rio de Janeiro, Brasília e Salvador, e quem interagia com eles era alertado do perigo de se relacionar sexualmente sem o uso da camisinha.
A ação foi parte de uma extensa campanha mobile para a prevenção da AIDS, e acertou em cheio o público alvo. Cá entre nós, nem tinha cara de ação institucional do governo, né?
Mas o Tinder não ficou feliz com isso. A responsável pela comunicação corporativa do Tinder publicou em seu Twitter que iria providenciar a remoção dos perfis falsos que faziam parte da campanha, por conta do “uso indevido” para fazer propaganda.
O Ministério da Saúde se defende usando as próprias regras do Tinder, que proíbe o uso comercial do aplicativo – para o MS, a campanha teve uso institucional, o que não seria um comprometimento das políticas de uso do app.
Um posicionamento super careta para um app moderninho como o Tinder, né?
O app Hornet esclareceu ao The Verge que não permite que sejam feitas personificações dentro do seu app, nem autoriza publicidade, mas que no caso dessa campanha fará uma exceção e não vai retirar os personagens falsos do ar. E ainda melhor – o Hornet quer trabalhar em parceria com o Ministério da Saúde para melhorar o alcance da campanha, que os responsáveis pelo app consideram “uma ótima iniciativa”.
É sempre interessante lembrar que outras ações publicitárias já ocorreram dentro do Tinder, como é o caso da campanha para encontrar pessoas desaparecidas, da OneWG, e da campanha da eightytwenty, que tinha como objetivo conscientizar sobre o tráfico sexual.
Ou seja, ponto para o Ministério da Saúde, que mandou super bem. E um pontinho negativo pro Tinder, que deixou a avareza tomar conta, ao invés de abraçar a causa, que é tão importante, ainda mais considerando o ramo de ‘negócio’ do app.
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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