Antes de o Apple Watch ser anunciado, corriam rumores de que ele teria mais de 10 sensores e poderia monitorar sua pressão sanguínea e nível de oxigênio no sangue. Na verdade, ele só mede seus batimentos cardíacos e distância percorrida, assim como a maioria dos smartwatches no mercado. O que aconteceu?
De acordo com o Wall Street Journal, a Apple desistiu de usar mais sensores porque eles não funcionavam a contento, entre outros problemas.
O Apple Watch deveria ter sido um dispositivo com foco em saúde e atividade física. O que sobrou dessa visão foram dois apps (Activity e Workout) e uns recursos estranhos – você pode enviar sua taxa de batimentos cardíacos para seus contatos, por exemplo.
Ele teria uma quantidade enorme de sensores, que mediriam sua pressão sanguínea, oxigênio no sangue e até nível de estresse. Fontes dizem ao WSJ que a Apple experimentou um sensor que monitorava a frequência cardíaca de forma semelhante a um eletrocardiograma.
Mas esses recursos não tiveram um desempenho consistente em algumas pessoas com braços peludos ou com a pele seca. Os resultados também variavam dependendo se o relógio estava firmemente preso ao pulso, disseram as fontes. Em vez disso, a Apple optou por acompanhar seus batimentos cardíacos.
Esse não era o único problema: se a Apple quisesse usar sensores de saúde mais avançados, teria que lidar com as regulações de órgãos como a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ao redor do mundo.
Também havia uma pressão interna para lançar o relógio. O projeto começou no laboratório de Jony Ive em 2011, pouco depois que Jobs faleceu. Desde então, segundo o WSJ, ele se tornou conhecido como “buraco negro”, porque sugava recursos sem trazer retorno.
De monitor de saúde para acessório de moda
Isso deixou a Apple preocupada em definir para que serve exatamente o Apple Watch. Por enquanto, ele é uma mistura de várias coisas: traz notificações do iPhone, permite fazer compras com o Apple Pay, monitora sua atividade física básica, e tenta ser um acessório de moda.