Como toda cidade grande, Nova York tem sua fama de selva de pedra. E é nessa abundância de concreto que os exploradores urbanos provocam os limites da liberdade ao experimentarem cada canto intocável pela população comum: topos de arranha-céus, estruturas de pontes e antenas, estações e túneis subterrâneos, antigas e abandonadas construções.
How Instagram Fuels the Urban Explorer Movement, um mini documentário criado para o canal Seeker Stories, é dirigido pelo cineasta Jeff Seal. Seu papel transcende a câmera ao se infiltrar no dia a dia destes jovens equipados com acessórios fotográficos, smartphones e contas populares no Instagram.
Para os entrevistados do vídeo, a urgência de explorar a cidade vai além da adrenalina viciante: eles querem ilustrar o jeito único com que se relacionam com a cidade em que vivem.
Invadir zonas proibidas, registrá-las de todos os ângulos e compartilhar imagens incríveis pelo Instagram podem parecer meras consequências da ubiquidade dos registros pessoais. Mas como já falamos aqui no B9 outra vez, a câmera voltada para a cidade aponta a documentação de um olhar diferente, uma cidade nova que não estamos acostumados a ver.
Exploradores urbanos querem registrar e compartilhar o jeito único com que se relacionam com a cidade em que vivem.
Um dos exploradores, o fotógrafo Gregory Berg, é uma das figuras mais conhecidas quando falamos em fotos de estações de metrô abandonadas (você pode vê-las acima neste post ou aqui). Ele costuma descer para o subterrâneo de madrugada, onde deixa bem claro que “nenhum erro pode ser cometido, pois as consequências são mortais”.
Revisando essas memórias através de incríveis fotografias, tudo o que vejo são novas possibilidades de existir e vivenciar uma cidade. E, neste caso, dou o braço à torcer pois o uso massivo do Instagram por exploradores urbanos só torna mais pública e aberta uma cidade que antes era oculta, fechada e muitas vezes esquecida.
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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