Vincent Van Gogh, um dos fomentadores do pós-impressionismo, conseguiu entender e desenvolver uma linguagem proprietária sobre as obras de Jean-François Millet, seu grande ídolo-colorista. Foi um artista além da sua época, com obras que só fizeram sentido anos depois da sua morte.
Por outro lado, foi um fracassado em vida. Um homem que falhou em absolutamente todas as camadas sociais. A vida amorosa foi uma tragédia: um único relacionamento estável, com uma prostituta (mais interessada em ter um teto para morar, do que nele propriamente). A vida profissional, outra lástima: começou na Goupil, e quando todos acharam que teria uma carreira promissora, sucumbiu e desistiu de tudo. Na vida religiosa, mais erros e desistências: começou a estudar teologia para se tornar um pastor, como seu pai, mas largou tudo e foi ser missionário no Borinage (por conta própria). E claro, também deu errado.
Teve uma relação curta e triste com seu primeiro e único mestre artístico. Posteriormente, já como pintor, viveu falido, no limite da miséria. Sem conseguir vender suas obras, e sempre sustentado pelo irmão caçula. Construiu relações péssimas, que levaram a momentos tristes, ou trágicos (como a famosa discussão com Gauguin, em que corta parte de sua orelha e envia para uma prostituta). Falhou até mesmo no momento que tenta se matar. Morrendo de hemorragia, dias depois.
Vincent foi diagnosticado como esquizofrênico. Tinha transtorno bipolar, além de pertubações epiléticas, seguidas de crises de violência, assim como alucinações. Alguns até afirmam que, provavelmente, tivesse problemas no lóbulo temporal.
Pensando nisso, questiono o seguinte: Não é um pouco estranho pensar que um serviço que começou com o Real, e continuou com o Santander, uma empresa importante e com reconhecimento internacional, usa o nome de um artista esquizofrênico, frustrado e falido, para assinar uma linha de serviços especiais e diferenciadas? Falo do Santander Van Gogh.
Me parece estranho. Principalmente por ser um banco. Algo que deveria passar segurança, credibilidade, confiança e solidez. Tudo o que Vincent nunca teve na vida.
Qual é a opinião de vocês sobre isso? Acham que tanto faz, isso não interfere em nada? Acham que realmente é uma marca muito estranha, quando se coloca na balança artista X banco? Quero saber!
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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