Quantas vezes na vida você já esteve numa reunião ou conference call, olhou em volta e, categoricamente, se perguntou:
Que
porradiabos estou fazendo aqui?
Pois é, todo mundo já passou por isso na vida, não se faça de desentendido nem se valha da armadilha perigosa da negação.
Seja por causa de um gerente/diretor/coordenador(a) pavão(pavoa?) que quer exibir sua síndrome de pequeno poder descontraída aos expectadores/subaltermos, seja por um cliente que se alonga (e se alonga, e se alonga, e se alonga…) pra não declarar abertamente que não confia 100% no seu trampo simplesmente porque não entende picas do que você faz ou mesmo porque algo precisa de solução urgente e, naquelas quatro horas de chutes sucessivos, qualquer ideia ruim terá que ser minimamente aproveitável pra liquidar a fatura.
E quando você tá no seu andar/sala/escritório/mesa arrematando aquele relatório cabuloso, terminando aquele briefing detalhado, estudando praquele prospect esperançoso e aparece seu chefe setorial puxando assunto, lembrando-lhe de algo que você não ia esquecer ou simplesmente fiscalizando mesmo que lhufas você tá fazendo afinal de contas?
Sim, isso arruina um raciocínio e você demora horas pra voltar, incluindo aqueles 15 minutinhos fortalecedores que se debruça sobre Facebook, Twitter, Youtube e demais forças pra viver. Daí, não mente pra mim, não é exatamente quando você retoma a brinks que seu colega ao lado fala:
Chega mais, mano, vem ver isso no meu computador!
Vem cá, me conta uma coisa: por que ver aquilo NO CARALHO DO COMPUTADOR DELE?
Ou, pior, na sua empresa/firma/__________ certos sites (os que importam) não são liberados. Tudo isso em prol da garantia de que todos vão fazer render o trabalho.
Chegamos aos finalmentes, seja benevolente e pense comigo: faz sentido existir um LOCAL DE TRABALHO onde você tem que ir todo dia, passar nove horas, fingir que gente que você não admira está sempre certa e, sim, ser interrompido o tempo todo? Ou seja, onde acontece praticamente trabalho nenhum?
Na minha opinião, não faz.
Mas existe outra forma de fazer isso? Se não tivermos que ir todo dia àquele mesmo batlocal, como produziremos?
A Barbie obesa tem a solução.
Quando ela precisa de algo mais específico, trabalhoso, de execução grupal ou tecnicamente oneroso, se dirige ao escritório da empresa e dá cabo disso.
Outra pessoa que tem uma sugestão bem legal (e parecida com a da Barbie) para isso, totalmente embasada e, principalmente, que sabe ilustrar de forma clara a situação: Jason Fried, co-fundador da 37signals, responsável pelo Basecamp e outras ferramentas de colaboração online voltadas à produtividade do trampo coletivo.
Assisti a essa palestra maneira do cara no TEDx Midwest, realizada em outubro de 2010, agora há pouco e, sinceramente, deu uma perturbada na ordem não-natural das coisas.
Mira.
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie