Brasília – Tabuleiros com letras do alfabeto ou animais – como jacarés, coelhos e caracóis – feitos em módulos para montar; vagões de trem em forma de letras ou números. Tudo de madeira de reflorestamento, pintado com tinta à base de água e, na maioria, em cores vivas – vermelho, azul, verde e amarelo, bem ao gosto das crianças. Esses são alguns dos brinquedos pedagógicos que o artesão e microempreendedor individual (MEI) João Márcio Prado produz em sua chácara, na zona rural de Monte Alegre do Sul (SP), na Serra da Mantiqueira.
João Márcio é um dos MEI – trabalhadores por conta própria que ganham no máximo R$ 60 mil anuais – que venceram a terceira edição do Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato, realizada em 2012. A premiação destaca as cem melhores unidades produtivas do país. O artesão venceu com o trabalho que desenvolve há cerca de 15 anos, desde que deixou o emprego numa multinacional em Campinas (SP) e se mudou para a pequena Monte Alegre. A decisão foi uma aposta no crescimento do turismo rural no município – uma das estâncias hidrominerais que integram o Circuito das Águas Paulistas, com abundantes fontes minerais.
Como meio de vida, João investiu no hobby que tinha há algum tempo: a confecção de brinquedos. Na época, entalhava placas de madeira para chácaras e comércios locais. Com as sobras, fazia brinquedos em forma de animais que dava de presente para os próprios filhos e aos filhos de amigos. Com o tempo, começou a receber pedidos e passou a investir na atividade. Os turistas foram aparecendo e as encomendas aumentando. João Márcio teve que ampliar a oficina e montou um showroom em casa.
O artesão percebeu que precisava formalizar a atividade para atender aos pedidos de lojistas que exigiam nota fiscal. Em agosto de 2011, registrou-se como MEI. Com isso, conseguiu aumentar as vendas em 20%. Ele conta que o negócio cresceu tanto que a partir do próximo ano deverá subir de patamar empresarial, passando para a categoria microempresa, cuja receita pode chegar a R$ 360 mil por ano.
“Vou subindo aos poucos”, diz João Márcio, que também pretende contratar trabalhadores. “Já tenho um ajudante, mas vou precisar de mais gente para atender à demanda”. Ele conta que produz cerca de 200 peças de modelos diferentes e comercializa entre 500 e mil brinquedos por mês para lojas de São Paulo e estados como Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Paraíba. A expectativa é que passe a vender mais com o reconhecimento do seu trabalho pelo Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato.
Credibilidade
“O prêmio dá credibilidade e visibilidade ao nosso trabalho, o que também é bom para nossa cidade, pois ajuda a trazer mais turistas”, avalia João Márcio, que destaca a importância do apoio do Sebrae. “Participo de palestras, congressos e de orientações de gestão dadas pela instituição. A gente tem que se preparar para atender ao mercado e melhorar o negócio”, ensina.
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