Cuiabá – Maria da Glória Bezerra Chaves investe em piscicultura há 13 anos e está decidida a continuar apostando no negócio. No sítio de 15 hectares localizado em Poconé (MT), ela produz 40 toneladas de peixe/ano, em nove viveiros. Funcionária pública aposentada, ela conta que reinveste na propriedade todo o lucro obtido na atividade e se prepara agora para diversificar a produção, produzindo alfaces hidropônicas. “Vou diversificar colhendo alface sem agrotóxico em cima e o peixe embaixo da água, no mesmo viveiro”, diz.
Maria da Glória já fez vários cursos de piscicultura no Sebrae. Atual presidente da Associação dos Aquicultores do Estado de Mato Grosso (Aquamat), ela se tornou referência no ramo e sua propriedade será visitada no início de março pelos novos participantes do curso Como iniciar uma piscicultura comercial, que será promovido pelo Sebrae no Mato Grosso entre o dia 28 deste mês e 03 de março. Mercado para o peixe existe, garante. “Se produzisse o dobro, também venderia”, aposta.
Com duração de 20 horas e aulas práticas e teóricas, o curso orienta os produtores a gerirem a propriedade como um negócio. Na aula prática, duas propriedades rurais serão visitadas para que os alunos conheçam aspectos básicos do manejo – como alimentação, despesca e medição da qualidade da água.
Orientado pelo consultor do Sebrae Francisco das Chagas de Medeiros, o curso oferece 20 vagas e a inscrição custa R$ 150,00. O instrutor vai fazer ainda uma análise econômica da atividade e do mercado. “Nosso objetivo é dar informações sobre custos e rentabilidade, identificar quem compra, como compra, quantidades e preços praticados para o produtor decidir se deve ou não investir na piscicultura”, explica.
A engenheira agrônoma Valéria Pires, técnica da Unidade de Agronegócio do Sebrae no Mato Grosso, explica que o curso também aborda aspecto legais da atividade. Ela afirma que o atual momento é favorável para se investir na criação de peixes. Uma mudança na legislação beneficiou o pequeno produtor no fim do ano passado. A norma do setor no estado limitava a produção a um hectare de lâmina d´água e passou a permitir até cinco hectares de lâmina d´água.
O Mato Grosso é o primeiro estado do país em produção de peixe nativo e o quinto em produção de pescado. A unidade federativa produz cerca de 30 mil toneladas/ano. As principais espécies são tambacu (espécie híbrida entre o tambaqui e o pacu), pintado, piraputanga, pirapitinga, tambatinga, matrinxã e o pacu.
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