Goiânia – Expert na captação de recursos externos para investimento público, o economista Ricardo Falcão afirmou a gestores públicos do estado que instituições internacionais têm cerca de US$ 500 milhões, ou R$ 1 bilhão por ano, para financiar projetos. Segundo ele, os recursos são destinados especialmente para economias emergentes, como o Brasil.
“Um dos setores que podem ser beneficiados é o da micro e pequena empresa, para a geração de emprego e renda por meio de políticas públicas executadas pelos municípios”, explicou Falcão, que participou do Seminário de Elaboração e Avaliação de Projetos e Captação de Recursos, na última semana, em Goiás.
O superintendente do Sebrae em Goiás, Manoel Xavier Ferreira Filho, participou do evento. Segundo ele, a instituição leva conhecimento e informação aos gestores públicos que facilitam a elaboração dos projetos para captação de recursos internacionais. Ferreira afirmou que “em Goiás não faltam exemplos de ações que se utilizam de práticas de governos para o desenvolvimento local. Dos 246 municípios do estado, 158 já implantaram a sua Lei Geral Municipal, que é responsável por criar um ambiente favorável ao progresso das MPE, as maiores geradoras de emprego no país”.
Ricardo Falcão lembrou que, para ter acesso a esses recursos, é necessário que os projetos apresentados tenham qualidade. Falcão já trabalhou em uma instituição norte-americana que coloca à disposição milhões de dólares a fundo perdido. Mas, em 20 anos dedicados ao gerenciamento, elaboração, avaliação de projetos e captação de recursos, lamenta não ter liberado dinheiro para prefeituras no Brasil. “Alguns projetos são insuficientes para aprovação”, explica Falcão.
O especialista explicou que um projeto para captação de recursos deve estar mais próximo de um plano de negócios do que de uma tese de mestrado. “E, como vivemos em um mundo visual, no primeiro momento, a embalagem é mais importante. Mas depois é o conteúdo que se sobressai”, explica.
Outro critério fundamental para a aceitação de um projeto, segundo Falcão, é que o mesmo não gere dependência. “Atualmente, os projetos assistencialistas são rejeitados por qualquer financiador sério, tanto que tem se dado preferência a projetos de geração de renda”, aponta. Durante o seminário, Falcão apresentou lista com os maiores financiadores mundiais. “Conheço aproximadamente 100 entidades que podem ser parceiras de projetos brasileiros”, anunciou.
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