Brasília – Produzir doces na cozinha de casa para vender na vizinhança foi o jeito que a agricultora Lídia Rezende Zanetti encontrou para ganhar uns trocados e não depender tanto do marido. O trabalho rendia o suficiente para as despesas pessoais. A principal atividade exercida na pequena propriedade rural onde ela mora com o marido e dois filhos, em Xaxim (SC), sempre foi o plantio de milho e a produção de leite.
Mas esse quadro começou a mudar em meados de 2009 quando a família recebeu a visita do consultor do Sebrae, Arlei Vizzotto, que fez um diagnóstico da propriedade e mostrou à família de Lídia que a produção dos doces poderia virar um negócio lucrativo. “A gente ficou meio desconfiada, mas frequentamos os cursos da instituição, como o Negócio Certo Rural, boas práticas na produção de alimentos, formação de preço, gestão e outros”, conta a agricultora.
Em pouco mais de dois anos, o que era um bico se transformou na principal atividade familiar. Dona Lídia virou microempreendedora individual (MEI) e a padaria, como é chamada, ganhou ares de empreendimento formal. O marido foi convencido a fazer um empréstimo de R$ 3 mil para comprar alguns equipamentos. Hoje, o negócio funciona em um prédio próprio, todo equipado, onde são produzidos mensalmente oito mil doces, massas e bolachas que abastecem os programas governamentais e até grandes supermercados da região.
“O Sebrae acreditou que era um negócio de futuro”, conta a matriarca dos Zanetti, que tem sido procurada por diversos mercados de grande porte interessados no produto da agroindústria familiar.
A transformação no perfil econômico não ocorreu só na casa de dona Lídia. Chegou também às outras 70 propriedades que integram a Cooperativa de Agricultura Familiar de Xaxim (Coafax), que fica no Território da Cidadania Meio Oeste do Contestado, região que recebe atenção especial do Sebrae. A instituição atua em 104 dos 120 territórios de baixo índice de desenvolvimento humano delineados pelo governo federal por todo o país.
Arlei Vizzotto explica que o trabalho está sendo desenvolvido em três fases. “Na primeira, focamos a gestão e o acesso a mercados. Na segunda, fizemos a análise da viabilidade dos negócios e, agora, aprimoramos a gestão”, diz o consultor do Sebrae, que atende a cooperativa desde o início.
Perspectiva
O presidente da Coafax, Valmir Scheibl, conta que até o fim de 2013 a cooperativa contará com silo próprio para armazenagem da produção rural. Ele aposta que os bons resultados atrairão novos associados. “Começamos com 25 pessoas e agora temos 70. No fim do ano queremos chegar a cem associados”, diz. A maioria corre para aproveitar o bom desempenho econômico proporcionado pela cooperativa, voltada para hortaliças e frutas, mas que também conta com associados que se dedicam à produção de massas, biscoitos e outros produtos.
Os números mostram que, depois dos investimentos, as vendas dos produtores para programas governamentais, como Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), saltaram de R$ 140 mil, em 2010, para R$ 380 mil neste ano. A produção de mel, por exemplo, cresceu de 16 para 24 quilos por colmeia. O investimento total da cooperativa já chegou a R$ 400 mil.
O consultor Arlei Vizzotto diz que neste ano estão sendo realizadas consultorias para o desenvolvimento da identidade visual, além de consultoria em gestão e acesso a mercado e a elaboração do planejamento estratégico da Coafax e realização do programa de D´olho na qualidade.
O agricultor Valdir Bolutti e a esposa Marli também seguiram a orientação do Sebrae e viram o lucro da pequena agroindústria de massas se multiplicar. Sob a orientação da instituição de apoio à micro e pequena empresa, eles investiram R$ 70 mil na aquisição de máquinas e na construção de um prédio exclusivo para a produção dos alimentos.
Hoje a empresa dos Bolutti rende mais do que o plantio de milho e a produção de leite da pequena propriedade. “Passei da produção de cem quilos por mês para mais de mil quilos”, revela o agricultor, que já se prepara para fornecer a um grande mercado da região. “Já me ligaram e disseram que o pessoal gostou”, encerra o agricultor, orgulhoso por ter acabado de comprar um carro zero quilômetro.
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