Cuiabá – Enquanto muita gente aproveita o Carnaval para cair na folia, viajar ou simplesmente descansar e aproveitar o feriadão, outras pessoas dão um gás nos negócios. Elas comercializam seus produtos e serviços em função da maior festa popular brasileira. Há empreendedores que faturam mais nesta época.
É o caso do empreendedor individual (EI) Rogério dos Santos Souza, de 39 anos. Dono da Boa Ideia Camisetas, ele reforçou o estoque para os quatro dias de folia e tem uma vantagem em relação à concorrência: sua empresa é móvel. A loja funciona em um Renault Kangoo, veículo cheio de adesivos com motivos que aparecem em algumas das camisetas. “Muitas pessoas ligam para a loja porque veem o telefone no carro, quando circulamos pelas ruas. Nos eventos, quando não compram, pegam o cartão e depois vão à loja fixa comprar. Temos ainda a facilidade de vender no cartão de crédito e débito”, completa Rogério.
Além de Cuiabá, a loja móvel vai percorrer bares e locais de maior concentração de pessoas, como a Chapada dos Guimarães, a 64 km da capital, que recebe uma grande quantidade de turistas; e Santo Antônio de Leverger, cidade a 28 km de Cuiabá e que tem um tradicional carnaval de rua. “Nós já fazemos esse tipo de trabalho durante todo o ano. Vamos a bares, shows, eventos e universidades”, conta. Segundo ele, em determinados eventos, vende o correspondente a 15 dias de comercialização na loja fixa.
Há dois anos formalizado como EI, Rogério conta que comercializa cerca de 200 camisetas por mês, a preços que vão de R$ 25 a R$ 45. Os modelos variam, vão de temas como super heróis, bandas de música, personagens da internet e de quadrinhos até pontos turísticos e costumes regionais. O empreendedor desenvolve uma linha de produtos como souvenires, “camiseta” térmica para latinha, chaveiro e adesivos. Durante o Carnaval, ainda oferece aos clientes tatuagens temporárias coloridas.
Geraldo Pedro da Costa, da Pastelaria Gourmet, vai vender seus pastéis e yakisobas aos foliões do Jardim Imperial, um dos blocos de Carnaval de Cuiabá. A partir das 3h de domingo, ele, a mulher e os dois filhos estarão no local e só devem sair já na madrugada da segunda-feira. A expectativa do empreendedor é comercializar entre 600 a 700 pastéis, além de yakisoba, refrigerantes, sucos e cerveja.
Nos anos anteriores, Geraldo montava seu ponto de venda no Carnaval de Santo Antônio de Leverger, mas este ano resolveu apostar em Cuiabá. Ele conta que há seis anos atua comercializando pastéis e, recentemente, começou a vender também yakisoba. “Há quatro anos participo de eventos organizados pelo Sebrae. Em 2010, me formalizei como EI. A conquista do CNPJ facilitou bastante minhas movimentações bancárias e ainda recebi benefícios”, revela.
Expectativa
Já a empresária Rosana Pavão vai participar do Vinde Vede, um megaevento católico que reúne milhares de pessoas. “Em qualquer trabalho que eu pego, a expectativa é sempre a melhor. Servirei os pratos regionais que sei fazer: maria isabel, farofa de banana, galinha com arroz e revirado”, conta. Com renome na cidade, Rosana Pavão é empreendedora individual. Ela vende comida regional em quase todos os eventos organizados pelo Sebrae em Mato Grosso e também em feirinhas nas praças da cidade. Segundo ela, comercializa uma média de 100 pratos por semana.
Até dezembro de 2011, foram 38.830 EI cadastrados em Mato Grosso. No Brasil inteiro são mais de 1,8 milhão. Comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios, lanchonetes e salões de beleza estão entre as atividades que mais formalizam no estado. Na capital, surgiram mais de cinco mil donos de pequenas empresas no ano passado.
Segundo o superintendente do Sebrae em Mato Grosso, José Guilherme Barbosa Ribeiro, os números espelham o dinamismo dos empreendedores e o quanto eles confiam no desenvolvimento do estado.
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