Cuiabá – Depois de uma longa trajetória trabalhando como caminhoneiro, dono de mercearia e funcionário público, Carlos Perini viu uma oportunidade de negócio ao arrendar um laticínio no município de Tangará da Serra, a 239 km de Cuiabá, onde reside com a família desde 1984, quando mudou-se do interior de São Paulo.
Mesmo considerado um investimento promissor devido ao potencial da bacia leiteira na região, ele não conseguiu sustentar o empreendimento, que já passava por vários problemas relacionados à gestão desde 2003, época em que foi firmado o contrato. Após um trabalho de capacitação empresarial junto ao Sebrae em Mato Grosso, o empresário, juntamente com a mulher e as duas filhas, conseguiu reverter a situação.
Em 2007, a Laticínios Vital, criada após o término do arrendamento e uma período de muita crise, já estava consolidada no mercado com um mix de produtos que incluía o leite pasteurizado integral, produto mais conhecido, e outros itens como manteiga, mussarela, nata, queijo, ricota e requeijão. A unidade, que processa cerca de 16 mil litros de leite diariamente, atende ao mercado local em Tangará da Serra, além de outros municípios como Nova Olímpia, Barra do Bugres, Denise, Sinop, Sapezal e Campo Novo dos Parecis. A empresa conta com uma rede de 120 parceiros que representa a marca nos municípios de Mato Grosso.
“A consultoria nos levou a uma visão mais ampla da empresa e de nós mesmos enquanto gestores” avalia Aline Perini, uma das filhas de Carlos que ajuda a conduzir o negócio. Ela conta que mesmo após colocar um anúncio de venda da empresa, continuava a alimentar o sonho de manter o laticínio, já praticamente falido. Em uma pesquisa na internet, descobriu o trabalho do Sebrae e entrou em contato pedindo orientação. “Ao arrendarmos o negócio conhecíamos a realidade, mas estávamos confiantes de que a situação seria contornada. No entanto, aos poucos percebemos que fugia ao nosso controle. As dívidas com fornecedores se acumulavam e o negócio perdia a credibilidade e representatividade no mercado a cada dia”, lembra a empresária, que ao passar pela Central de Atendimento do Sebrae em Mato Grosso, procurou a Agência da instituição em Tangará da Serra.
Lá, Aline foi orientada a fazer a Consultoria Integrada de Gestão (CIG), programa composto por consultorias e cursos, voltados a organizar as partes financeira, comercial e de planejamento da empresa. “A decisão foi difícil, teríamos alguns custos e para quem já estava endividado, isso contava muito. Mas, o sonho falou mais alto e decidimos juntos apostar todas as fichas no CIG. Detectamos várias características em nosso perfil que poderiam ser melhoradas e, consequentemente, impactar em uma gestão mais eficiente. A esperança então se renovou”, completa.
Como decisão imediata, a família retirou o anúncio de venda da internet e adotou um planejamento com várias ações emergenciais. “Uma das primeiras medidas foi procurar nossos fornecedores e renegociar as dívidas. Depois, investimos na ampliação da oferta de produtos. Abrimos uma página no Facebook e passamos a divulgar o negócio novamente. Em seguida, procuramos conhecer melhor nossos clientes e resgatar a confiança na empresa”, detalha Aline.
Consultoria
O técnico da Unidade de Consultoria do Sebrae em Mato Grosso, Gilson Iwasaki, ressalta que em geral a consultoria CIG é avaliada de forma bastante positiva pelos proprietários das empresas de pequeno porte, pois trabalha na prática problemas pontuais. “Outro aspecto são as características do comportamento empreendedor que faz o cliente repensar suas atitudes frente aos desafios que a jornada empreendedora apresenta”.
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