Rio de Janeiro – Ocupar as mãos para superar a dor da separação de um filho. Essa foi a origem do Casa Art, que reúne nove artesãs do Carmo, distrito de Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro. Criado há apenas três anos, o grupo foi escolhido como um dos finalistas fluminenses do Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato.
A ideia partiu de três mulheres que se solidarizaram com as mães que tinham filhos na Casa do Caminho, instituição que cuida dos menores. A advogada Carmen Silva Rodrigues Fonseca, a lojista Maria José da Silva Lopes e a professora de artesanato do próprio abrigo, Ana Paula da Silva, decidiram se unir e criar o grupo.
“O desespero dessas mães era muito grande. A maioria morava na zona rural e vinha à cidade para as audiências judiciais. Tinham muito amor aos filhos, mas nenhuma condição de cuidá-los. Elas ficavam ainda mais deprimidas quando não conseguiam recuperar as crianças. Os problemas eram graves, envolviam violência física, algumas mães estavam bebendo demais e outras usavam drogas”, relata Ana Paula.
O trabalho começou com pintura em panos de prato e toalhas. Para que a ideia virasse também uma fonte de renda, as idealizadoras do Casa Art procuraram o Sebrae no Rio de Janeiro. Juntamente com as mães, fizeram vários cursos como Aprender a Empreender e Design. Pouco tempo depois, aceitaram a sugestão de desenvolver bolsas bordadas. Mais tarde, participaram do salão de negócios da Rio-à-Porter, um dos mais importantes eventos de moda do país. Para a surpresa do próprio grupo, faturaram R$ 5 mil com vendas para lojistas do Rio de Janeiro, São Paulo e até Porto Alegre (RS).
“Todas se sentiram importantes. A felicidade foi muito grande”, reforça Ana Paula. De lá pra cá, com a conquista de novos clientes, a renda mensal do grupo, que era cerca de R$ 300, tem se mantido por volta de R$ 1 mil. O sucesso renovou o ânimo e abriu novas perspectivas para as artesãs, que aplicaram parte do dinheiro na compra de duas máquinas industriais e diversificaram a produção com camisas femininas, cintos, capas de agenda e nécessaires.
A iniciativa também trouxe outros resultados positivos. O convênio do abrigo com a Fundação do Amparo ao Menor Carente, do governo federal, foi ampliado. Hoje, as mães recebem assistência psicológica. Duas das nove mulheres do grupo já conseguiram retomar a guarda dos filhos e as demais têm uma perspectiva animadora. “Mudou tudo. O trabalho garantiu a sobrevivência e deu um sentido à vida dessas artesãs. Hoje, todas são muito exigentes. Se tiver uma costura torta, a peça é refeita. Outras 13 mulheres estão sendo capacitadas para integrar o grupo, sinal de que o trabalho está dando certo”, assegura Ana Paula.
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