Boa Vista – O conceito de desenvolvimento sustentável é amplamente utilizado nas mais diversas situações, seja em defesa da preservação da natureza, para justificar novos investimentos socialmente responsáveis, e também para comprovar que é possível produzir, gerar emprego e renda sem, necessariamente, agredir ou devastar a natureza.
Um exemplo bem-sucedido do uso racional dos recursos naturais, que serve de modelo de desenvolvimento sustentável para todos que desejam produzir levando em conta o meio ambiente, pode ser comprovado entre os wai wai, na terra indígena Trombeta Mapuera, localizada no sul de Roraima. A comunidade vem redescobrindo uma lógica simples: que é possível manter o equilíbrio entre o crescimento econômico e social e ainda proteger o meio ambiente sem esgotar todos seus recursos.
Nesse trabalho pioneiro de dois anos, o Sebrae iniciou nessas comunidades o Projeto Florestar que, hoje, está incluído no programa Territórios da Cidadania, que vem difundindo junto às famílias que vivem na localidade a importância da preservação da natureza para manutenção da qualidade de vida, ao demonstrar na prática que é possível gerar emprego e renda utilizando os recursos da floresta.
Com esse trabalho de conscientização, o Sebrae pretende renovar nessas comunidades o compromisso dessa e das próximas gerações com o meio ambiente e levá-los a acreditar que viver da floresta também pode ser um bom negócio, do ponto de vista econômico.
O analista do Sebrae em Roraima, Ariosmar Barbosa, explicou que as ações foram pensadas com a missão principal de apoiar o desenvolvimento de negócios sustentáveis, por meio de iniciativas de capacitação e assessoria técnica às comunidades indígenas e tradicionais, que vivem e produzem em áreas de floresta na região. Ele explicou que a ideia do Sebrae é fortalecer a consciência ambiental da sociedade local, permitindo que eles conheçam as diversas formas de utilização racional dos recursos florestais e estimular a geração de renda, priorizando negócios sustentáveis que respeitem a natureza e o compromisso socioambiental desses povos.
Para entender o alcance do projeto, Barbosa disse que as ações são desenvolvidas em uma área que compreende duas terras indígenas. Juntas, as duas áreas somam mais de um milhão de hectares só em Roraima, onde vivem em torno de mil índios, distribuídos em oito comunidades: Anauá, Xari, Cobra, Samaúma, Macará, Jatapuzinho, Catual e Soma.
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