Natal – Passada a folia do Carnaval, o momento é de pensar no futuro da empresa, principalmente no que diz respeito à área financeira. É hora de pensar em crédito, contas, investimentos e até contratações. Apesar de muitos empreendedores terem dificuldade em gerir as finanças do negócio, o começo do ano fiscal é propício ao planejamento.
“O empresário tem que analisar como o negócio está hoje com relação às finanças. A partir dessa observação, é possível projetar, definir metas e objetivos para a organização. Esse planejamento financeiro necessita de informações com relação a tudo que ocorreu na empresa”, ensina o consultor Henderson César Oliveira. De acordo com o especialista, o planejamento deve começar com detalhamento dos controles financeiros do empreendimento, identificando exatamente quanto entra e quanto sai do caixa, diariamente. Com o registro, fica fácil calcular quanto se movimentou e se pagou – em despesas fixas e variáveis –, e quanto é preciso gerar para se manter.
Nessa matemática, o empreendedor precisa incluir reservas para pagamento de 13º salário, férias, eventuais multas de rescisão de contrato e manutenção de equipamentos. A boa gestão financeira de um empreendimento necessita de controles efetivos básicos, como contas a receber, a pagar, caixa, banco e controle de estoque e fluxo de caixa. Além de um planejamento estratégico financeiro rigoroso a curto, médio e longo prazo.
A boa gestão das finanças da empresa foi decisiva para o negócio de Fabiano Garcia aumentar o faturamento mensal. O empresário possui uma panificadora, que também funciona como self-service, e constatou que conhecer os números é fundamental para ampliar a lucratividade. “Fui educado para crescer, mas não entendia porque vendia muito e minha lucratividade era baixa”. O empresário cometia um erro muito comum no universo dos proprietários de pequenos negócios: misturar finanças pessoais com as da empresa.
Erroneamente, esses empreendedores costumam jogar as despesas pessoais – como mensalidade escolar dos filhos, plano de saúde, supermercado e empregada doméstica – nas planilhas do negócio, sem se preocupar em contabilizar corretamente as finanças do empreendimento. Como resultado da confusão da pessoa física com a jurídica, tudo acaba saindo da mesma conta. Desse modo, fica impossível saber qual a real situação financeira da empresa, especialmente a sua lucratividade. “Quanto mais despesas existem dentro de uma empresa, menor é o lucro líquido. A solução é separar as contas e a criar uma retirada, denominada pró-labore”, ensina Henderson César Oliveira.
No caso de Fabiano Garcia, a saída foi se capacitar para aprender a conhecer melhor os números e identificar o que proporcionava lucros e o que dava prejuízos. Procurou o Sebrae no Rio Grande do Norte e passou pela Consultoria Integrada em Gestão (CIG) – aprendeu a formar preços, planejar o negócios, controlar gastos e apostar em campanhas de marketing para a padaria, aberta em fevereiro de 2011. Na época, o faturamento mensal ficava entre R$ 15 mil e R$ 18 mil. Após as intervenções, a receita mensal da panificadora subiu para R$ 70 mil, obtendo uma lucratividade da ordem de 20%. “Consigo facilmente bater essa meta devido à consultoria”, garante o empresário.
Programas
O Sebrae dispõe de programas que auxiliam os empresários a gerir bem as finanças do negócio. Um deles é o Empresa Viva, iniciativa de capacitação empresarial que orienta o empreendedor nas etapas de implantação, desenvolvimento e gerenciamento para quem tem a ideia de montar seu próprio negócio ou possui uma pequena empresa com até dois anos no mercado. Outro programa do Sebrae é o Consultoria Integrada em Gestão (CIG), que disponibiliza treinamentos e consultorias nas áreas comercial, de planejamento e de finanças. No total, a capacitação dura três meses.
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