Aqui está uma pequena análise de como as histórias que contamos aos nossos filhos antes de dormir servem como uma lição de empreendedorismo.
Era uma vez…
Mesmo já adultos, a maioria de nós cria uma expectativa quando escutamos essas 3 palavras combinadas com reticências. Isso porque nós amamos histórias. E histórias sempre serviram de inspiração para todos nós.
As histórias unem e reforçam o senso de comunidade porque envolvem, divertem, encantam e ensinam. Ao longo da nossa evolução, antes da maioria das pessoas saberem ler e escrever, as histórias contadas através dos sermões em reuniões nas aldeias foram a maneira pela qual as pessoas transmitiam valores e leis, religiões e tabus, conhecimento e sabedoria.
As histórias são o DNA cultural de uma sociedade. A história das pessoas, se seguidas guiariam as pessoas para o sucesso.
E, ao longo dos séculos alguns receitas de contos de fadas transcenderam a cultura para oferecerem orientação para os seres humanos serem bem sucedidos. Isso é bem específico na jornada do heroi.
Joseph Campbell explorou o tema da mitologia religiosa com brilho e profundidade em seu herói de mil faces. No entanto, ao explorar esses mapas e essas “receitas” em buscas de pistas que definem o perfil do empreendedor, nos deparamos com fontes ainda mais humildes: os contos de fadas e os contos populares de muitas culturas.
Como esses contos e essas histórias podem nos ensinar sobre aquilo que precisamos aceitar e aprender sobre a nossa rotina?
As histórias são roteiros de sucesso (como viver da forma mais segura e feliz possível, como evitar cometer erros fatais de crenças, ou como agir corretamente).
Sendo assim, se pararmos para pensar, há pouco mais de um século, em nossa sociedade, a escolha de um líder era tarefa de vida ou morte. Um bom líder pode nos ajudar a encontrar comida, vencer os inimigos e manter a paz dentro da sua comunidade. Já o mau líder pode levar você à fome, ou à morte através da guerra ou da ilegalidade.
O perfil empreendedor
Ao buscar pelos roteiros do perfil empreendedor sobre o que podemos aprender com as histórias, tropeçamos não apenas nos líderes que as pessoas procuram, mas na certeza de que precisamos ser o tipo de líder que as outras pessoas seguiriam.
Sendo assim, aqui está o perfil do empreendedor que encontramos nas histórias, e que podem motivar a nossas carreiras:
#1. Previdente
Nos contos de fadas o herói sempre tem a capacidade de ver através da sua situação atual (jovem, pobre, desprezado) o seu objetivo final (salvar seu pai, ganhar a princesa, ou matar o monstro) e pode expressar essa visão de uma maneira muito atraente. Principalmente para atrair as pessoas certas para chegar ao objetivo final.
Ele tem a capacidade de compartilhar dessa visão mesmo quando as outras pessoas a perdem de vista, acreditam que ela seja impossível, ou o ridicularizam por tentar.
Ele é previdente. Ou seria vidente mesmo?!
#2. Apaixonado
Além disso, o herói não acompanha a maré. Ele está profundamente comprometido com a sua missão, com toda a sua ação e está totalmente comprometido para alcançá-la. Nada vai dissuadí-lo, nem mesmo os contratempos inevitáveis e inerentes decepções em qualquer que seja a sua busca.
Ele é implacável. Ninguém vai tirá-lo do caminho. É um completo apaixonado pela sua missão.
#3. Corajoso
Ao longo da sua história, nosso herói é confrontado em situações difíceis. Ele pode estar com medo e sozinho; ele pode querer fugir, ansiando pelo conforto e pela segurança do lar, ou da família. Muitas vezes ele enfrenta situações que são difíceis de solucionar. Mas ele não se desvia; ele não faz as escolhas mais seguras e mais fáceis (ao contrário daqueles que desistiram no meio do caminho).
Ele simplesmente não toma o caminho mais fácil. Ele é corajoso.
#4. Sábio
O herói não é uma pessoa impulsiva. Seu cérebro é testado e ele deve ser capaz de aprender com seus erros. Em muitas versões da história, ele simplesmente ignora os conselhos que foram dados a ele, e esses erros criam mais perigo. Porém quando uma situação semelhante se repete ele se comporta de maneira diferente e é bem sucedido em sua tarefa.
Ele não nega ou lamenta a sua culpa. Ele evolui. E muitas vezes acaba surgindo com soluções inteligentes para problemas que aparentemente são impossíveis de serem solucionados. E, finalmente ele usa suas habilidades de pensamento para pensar antes de tomar uma decisão mais acertada para o problema.
Ele é atencioso, humilde, lúcido e curioso. Ele é sábio.
#5. Generoso
Ao longo do caminho o herói encontra pessoas em necessidade e ele ajuda essas pessoas. Ele faz isso mesmo quando os seus suprimentos estão baixos, mesmo que essa ajuda o leve para fora de sua jornada, ou o atrase. Em algumas histórias ele acaba sacrificando a sua vida por aqueles que ama ou a quem deve lealdade. E mais tarde, quando ele é o rei, seu povo é próspero e feliz, porque governa com mão aberta.
O empreendedor não é avarento, mesquinho e esgoísta. Ele é generoso.
#6. Fidedigno
Finalmente, e talvez o mais importante: a sua palavra é a sua obrigação. Se ele diz ao seu pai moribundo que vai encontrar a poção mágica para curá-lo, ele vai fazer isso. Se ele diz a princesa que vai voltar para casar com ela, ela pode enviar os convites.
O herói não se equivoca ou exagera. Ele é digno de confiança.
Era uma vez um herói empreendedor…
Essa fórmula sobrevive e prospera em infinitas possibilidades. Mas, acima de tudo, um empreendedor precisa ser previdente, apaixonado, corajoso, sábio, generoso e confiável.
Se o empreendedor não tem essas características claramente demonstradas, não vai seguir seu coração – o que é muito perigoso.
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Este artigo foi inspirado pelo texto de Erika Andersen na Fast Company, “Once Upon a Company: What Fairy Tales Can Teach You About Leadership“.