Não, você não pode fechar os olhos para a realidade atual do Brasil.
Todo dia, você abre seu Facebook, procura as notícias e se depara com a mesma lamaceira de um esgoto a céu aberto: escândalos e acontecimentos tão horripilantes que nem um 1º de abril conseguiria produzir.
Acho que está claro que embora a crise pareça ter nascido por razões políticas, era óbvio em 2014, que a economia também apresentava muitos problemas ‘escondidos’ e que seria apenas questão de tempo para que o motor, mantido na base da gambiarra, parasse.
O Brasil com a estabilização teve as bases de fato para se tornar o país do futuro e nessa euforia, pensou que o PT e o novo messias Lula iria lhe trazer justiça via um populismo escancarado com seu discurso bem embalado por gênios da propaganda.
A TV ainda era a toda-poderosa na eleição do Lula, 1º mandato, você deve se lembrar do Duda Mendonça e o seu candomblé. Deu um show de marketing. O cara era um gênio bem como o assessor atual também é. São os Goebbels do PT capazes de embalar cocô e vender como geléia real.
O que está nos salvando da total envenezuelização rápida, é que de lá pra cá, a força da TV vem em queda e a internet está agora, servindo de canal de informação e aglomeração 2.0 que pode ser vista como uma verdadeira revolução em si na condução da política. Isso está fazendo com que a notícia e os escândalos não possam ser abafados com milhões de dólares na Suíça porque o que era um punhado de mídias, viraram milhões de produtores de informação. Os movimentos são hoje, a oposição mais atuante para as mudanças. Até o Ministério Público Federal está militando com uma ação contra a corrupção (que aliás é uma das coisas que pode mudar o país – ajude aqui – 10 medidas de combate a corrupção no Brasil)
Aliado a isso, o PT e afins fedidos não podem contar com a ajuda dos militares brasileiros, e isso, é fundamental para que não haja um golpe de esquerda, como aconteceu na Colômbia e Venezuela, embora sobrem poucos tons de cinza entre nós e eles hoje em dia.
Bom, a economia está parada e bem parada para todos, a não ser que sua empresa faça parte de alguma categoria abaixo:
- Filial de multinacional;
- Exporta seus produtos e serviços em dólar (neste caso, não depende da economia interna);
- Faz alguma maracutaia brava e não paga impostos, como venda de drogas e afins;
- Encheu o caixa com dinheiro do BNDES ou venda de participação da empresa antes da crise;
- Você é filho, primo, tio, genro ou um familiar do Lula.
Mas, como a maioria do empreendedor, você deve estar fora e se sentindo culpado por ter:
- Trocado seu carro por um modelo importado;
- Comprado um imóvel em 2014;
- Feito contratações CLT para expansão;
- Investido em máquinas e tecnologia financiadas em dólar;
- ou simplesmente, imaginado que as coisas continuariam como vinham.
Meu caro, você está numa enrascada e está obrigado a ficar assistindo ao grande teatro da mídia e da política brasileira enquanto frita na sua cama quente tamanho King Size a base de poliuretano de baixa qualidade e molas enferrujadas que você ainda paga no cartão.
Não tem saída. Desta economia, desculpe, não tem saída.
Tanto não tem saída que um ideal de muitos pelo Brasil afora, não é e nunca foi ser empreendedor como nos EUA, mas sim virar político para arrumar uma boquinha no Estado.
Como me falaram um dia: na política brasileira, há os que roubam e os que estão esperando pra roubar.
Aí, você pensa: uma banana pra isso, eu sou o cara, eu vou nadar contra essa corrente de pessimismo e vou mostrar que eu sou mais que tudo isso. E passado algum tempo, você tá lá, cheio de dívidas, com os CLTs atrás de você passando mais tempo na Barra Funda do que no seu escritório deixado às moscas.
Isso se você não for, claro, o “Ronaldinho” dos negócios da Silva.
Essa é a dura realidade brasileira atual: não estamos mais vivendo numa economia de mercado mas em uma economia de estado, que não funciona e nunca funcionou em nenhum momento da história recente.
Não há empreendedor que aguente muito tempo um ambiente como este. Capitalismo funciona à base de esperança no futuro e uma troca de tempo e sacrifício, por mais conforto e segurança. Se essa troca equacionada ao longo dos anos deixa de ser positiva para a maioria dos empreendedores, a economia estagna e os pobres empreendedores, que levam o país nas costas, se cansam e o sistema colapsa.
As mulas de carga brasileiras já não aguentam mais.
Tem que haver alguma associação de classe que lute pelos empreendedores brasileiros e pelos abusos de trabalho escravo para quem não tem amigos e benefícios escusos.
Empreendedores, os novos retirantes, os novos leprosos, uni-vos em torno de alguma agenda de reformas. Precisamos de políticas pró-mercado pra ontem, ou ficaremos vendo o Brasil se degradar enquanto os Ubers, Airbnbs, invadem todos os setores da economia e restara para nós, apenas negócios periféricos e locais.
Negócios comoditizados que ninguém em sã consciência vai querer fazer.
Pera lá….já não é assim? Não! Eu não posso mais ver isso sem querer chorar.
“Não adianta olhar para o céu com muita fé e pouca luta.”
– Gabriel, o Pensador
PS: Antes que me chamem de pessimista, eu honestamente, acho que as coisas tendem a melhorar depois que chegarmos ao fundo do poço (não acredito que chegamos ainda, veja que o desemprego ainda é crescente…) e faço força para que haja um impeachment rápido e para novas eleições.
Por isso, acredito que então será um bom momento para forçarmos mudanças que beneficiem o empreendedorismo e a economia de mercado. Aí sim, quem sabe, o poderemos fazer justiça através do trabalho e da inovação e mostrar que somos capazes de ser um grande país.