São Paulo – O empresário e advogado Vitor Roriz Rizzo Lousa viu na legislação ambiental e nos resíduos da construção civil – setor em crescimento o país – uma oportunidade para criar um novo negócio. De olho no mercado, ele arregimentou quatro sócios para criar a Renove Gestões e Soluções, em Goiânia. A empresa, presta consultoria, faz transporte de resíduos e tem uma usina de reciclagem, que produz cerca de 350 toneladas por dia, e já tem comercializados três meses de produção.
A história de Lousa começou em 2007. Ele procurou o Sebrae e fez um curso sobre abertura de novos negócios. Os ensinamentos levaram o advogado a perceber que ainda não estava preparado para enfrentar o desafio de um negócio. “Decidi fazer uma pós-graduação em direito ambiental e continuei trabalhando com o direito”, conta. Ao voltar para Goiânia em 2010, ele tirou o sonho do papel.
O plano de negócios, elaborado com ajuda do Sebrae em Goiás, previa a construção de uma pequena usina de reciclagem. “Enquanto a unidade não saía por conta das licenças ambientais, criamos a Renove Resíduos, que dá consultoria e faz transporte de resíduos”. A usina começou a operar em dezembro de 2011. “Os benefícios da reciclagem são inúmeros para a sociedade e para as empresas, como a diminuição da extração de matéria-prima para construção civil, aumento da vida útil de aterros sanitários e a redução de entulhos jogados em locais inapropriados”, explica.
Em 2010, o Brasil produziu 60,8 milhões de toneladas de lixo sólido, dos quais quase 31 milhões se originaram em novas construções e demolições, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Naquele ano, o governo federal instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que obriga os municípios a adotarem medidas para impedir que o entulho chegue aos aterros sanitários. O prazo para as prefeituras se regularizarem vai até 2014. A exigência abre mercado para iniciativas como a Renove Gestões e Soluções.
A empresa de Lousa tem uma parceira com a Estação Resgate, empresa que atua no mesmo ramo em São Paulo. “A transferência de conhecimento deles para nós foi fundamental”, diz o empresário. Segundo ele, as duas empresas estão trabalhando conjuntamente na usina Renove Estação Resgate, que produz areia reciclada, brita reciclada e material de pavimentação recolhido de empreiteiras, construtoras e caçambeiros. “Vendemos para as próprias empreiteiras e construtoras”, diz. O curso do Sebrae em Goiás, explica o empresário, proporcionou conhecimento em gestão de negócios e a produção de um plano de negócios consistente, com informações sobre o mercado de reciclagem.
Selo verde
Para incentivar a doação à usina, Lousa criou o selo Entulho Reciclável, que será concedido às empresas que enviarem restos para a unidade. “Além de agregar valor à marca da empresa doadora, permitirá também que ela disponha de uma assessoria para manejo do material reciclado na obra. Haverá também uma compensação de carbono. Estamos organizando um bosque na área da usina para isso”, anuncia.
No final do ano passado, o empresário voltou a procurar o Sebrae para uma consultoria. Ele quer organizar administrativamente a empresa. “Crescemos e precisávamos de um plano de cargos e salários. Este ano, vamos trabalhar a gestão financeira. Queremos crescer e ampliar o mercado para outros estados com parcerias locais”, afirma.
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