Brasília – “É possível acabar com a pobreza apenas com o microcrédito?”. A pergunta foi feita pelo presidente do Banco Palmas, de Fortaleza, Joaquim Melo, na abertura da sua apresentação no painel Microfinanças e Moeda Social. Ele proferiu a palestra no segundo dia do I Encontro dos Municípios com Desenvolvimento Sustentável, que acontece no Centro de Convenções Brasil 21, em Brasília. O evento é realizado pela Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) com apoio do Sebrae.
A pergunta foi respondida pelo próprio Melo: “não, não é possível acabar com a pobreza apenas com o microcrédito”. Para ele, o microcrédito é uma ferramenta importante para o desenvolvimento econômico das comunidades carentes do país, mas exige ações coordenadas. O resultado será favorável, analisa Melo, caso os gestores entendam a dinâmica social das localidades. “Não adianta ofertar crédito a juros baratos e prazos longos a iniciativas concorrentes”, destaca. Segundo Melo, isso levaria ao esgotamento dos empreendimentos.
O Banco Palmas foi criado para financiar iniciativas empreendedoras no conjunto comunitário Palmeira, um bairro de 32 mil moradores na periferia da capital do Ceará. O presidente da instituição explica que trabalha com a lógica de produção e consumo locais. “Todos são consumidores e produtores ao mesmo tempo. Não existe comunidade pobre, ela se empobrece porque perde a poupança interna quando as pessoas compram em outras localidades”, explica. Em todo o Brasil, existem 16 experiências como a do Banco Palmas.
A opinião do presidente da instituição financeira comunitária foi compartilhada pelo superintendente nacional da Caixa Econômica Federal, Ivan Domingues. Ele projeto que a oferta de crédito a pequenos e micro empreendedores poderá levar o Brasil a pular mais rapidamente da sexta para quinta economia mundial. No entanto, Domingues alerta que “é preciso melhorar a renda nos municípios. O Brasil acontece é nas cidades”.
A Caixa oferece microcrédito produtivo aos beneficiários do Bolsa Família. A iniciativa da instituição está inserida no Programa Brasil sem Miséria, que tem o objetivo de erradicar a pobreza e a miséria no país até 2014. A taxa de juros dos empréstimos tomados dentro dessa linha de crédito é de 8% ao ano, com prazo de pagamento de 24 meses em valores de até R$ 15 mil.
O prefeito de Paulista (PE), cidade campeã na geração de renda e emprego em 2011, lembra que as iniciativas sociais foram as maiores responsáveis pela alavancagem do desenvolvimento do município. Com forte tradição têxtil, Paulista sofreu com o fechamento de empresas de grande porte nos anos 1980. Com o auxílio do Sebrae, a prefeitura negociou o aproveitamento da infraestrutura deixada grandes empresas para a instalação de pequenos empreendimentos. A força de trabalho foi recrutada principalmente entre os jovens que frequentam programas sociais. “O Sebrae foi uma luz porque nos orientou na implantação dos modelos produtivos ”, destacou. A arrecadação do município de Paulista, segundo o prefeito, aumentou 300% em oito anos.
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