Brasília – O espírito empreendedor de Maria Cristina Muradas Ruffo, de 59 anos, foi essencial para retirar o jacaré-do-papo-amarelo da lista de animais ameaçados de extinção. Hoje, ela é a maior criadora da espécie no mundo, com quase 17 mil animais, no cativeiro Mr.Krocco, localizado próximo a Maceió (AL). A iniciativa rendeu à empresária muitos negócios e reconhecimento.
Tudo começou por acaso. Paulista, Maria Cristina formou-se em Jornalismo. Depois de pendurar o diploma, foi fazer o que sempre gostou: ser empreendedora. Então, abriu dois negócios, um na área de informática e outro na de recursos humanos. A vida era agitada e ela mal conseguia acompanhar o crescimento das três filhas pequenas.
Após o término do casamento, teve um infarto, aos 34 anos, em 1988. “Precisava trocar de vida e de cidade. Então, conheci Maceió”, conta. Há 24 anos, ela mora na cidade alagoana e não se arrepende. A mudança para o Nordeste não deixou Maria Cristina sossegada. No primeiro mês, montou um bar com música ao vivo e, na sequência, abriu uma locadora de carros.
Em 1989, surgiu a oportunidade de comprar uma barraca na beira da praia. Mais uma vez, colocou a criatividade em prática: um pianista, dois violinistas e um saxofonista animavam o pequeno restaurante, que ficou famoso com o quarteto e acabou virando atração turística. Lá, eram os clientes que escolhiam, na hora, o peixe que iriam comer no almoço ou no jantar. Para abastecer a cozinha, ela e o novo marido resolveram criar os animais que seriam consumidos no restaurante. Compraram uma propriedade e, na primeira vez em que lançaram uma rede de pesca no rio, os peixes vieram acompanhados por três jacarés-do-papo-amarelo ainda jovens.
Preocupada em preservar a fauna local, Maria Cristina trouxe um professor da Universidade de São Paulo (USP) para avaliar os animais e descobriu que a espécie estava em extinção. Decidiu deixar o tempo passar e, após dois anos, tinha 28 jacarés em sua propriedade. Resolveu, assim, construir berçário e chocadeira elétrica para que os animais pudessem se reproduzir ainda mais. Em 1999, o criadouro contava com 914 jacarés.
O investimento passou a dar lucro para a família da empresária em 2010. “Foram 18 anos de estrada e sonho até começar a ganhar dinheiro”, destaca. Ela lembra que a criação teve início somente em 1994, após a retirada do jacaré-de-papo-amarelo da lista do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de animais ameaçados de extinção. Sem a restrição, o mercado de couro do animal para fabricação de calçados, bolsas e bancos de automóveis começou a se abrir.
Made in Brazil
Hoje, com o abate de 200 jacarés por mês, ela consegue fornecer 1,2 tonelada de carne do animal embalada a vácuo para supermercados e restaurantes de Alagoas. Além disso, cinco mil peças de couro de jacaré são exportadas todo mês para o mercado europeu e de Dubai, no Oriente Médio. “Um crescimento de 3.000%”, comemora Maria Cristina. A previsão é que, em cinco anos, o criadouro abrigue 100 mil jacarés.
Agora, a empresáaria pretende lançar a primeira coleção de sapatos e bolsas confeccionados com a pele do animal. As peças serão vendidas no mercado interno e exportadas para a Europa e Dubai. A produção inicial deve girar em torno de 1,2 mil sapatos e 200 bolsas, com preços que variam entre R$ 3 mil e R$ 8 mil. Ela já pensa em expandir o negócio por meio de franquias.
A paulista reconhece que o Sebrae teve papel importante em sua trajetória empresarial. “A instituição abriu muitas portas e devo a ela parte do meu sucesso, pelas oportunidades e pessoas que conheci”. Em março deste ano, Maria Cristina Ruffo conquistou o Prêmio Sebrae Mulher de Negócios.
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Maria Cristina Ruffo
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