João Pessoa – Pequenas atitudes podem mudar o dia a dia de uma empresa, estimular a colaboração e contribuir para uma sociedade mais sustentável. Na Paraíba, empresas inovam e apostam em atitudes conscientes para tratamento de resíduos e posicionamento no mercado. Parte delas descobriu na reciclagem uma oportunidade de negócios, com acréscimo de até R$ 100 mil no faturamento anual e redução de 70% das despesas com água.
Iniciativas simples, como trocar lâmpadas incandescentes por fluorescentes ou Led, realizar uma campanha interna de incentivo à redução do consumo de energia e de água e à reutilização do verso de papéis impressos reduzem custos e estimulam atitudes positivas nas empresas e também podem levadas para o ambiente familiar.
Sondagem realizada pelo Sebrae Nacional, divulgada nesta semana, aponta que os pequenos negócios brasileiros estão atentos às boas práticas, como coleta seletiva de lixo (70,2%), controle de consumo de papel (72,4%), de água (80,6%) e de energia (81,7%). A sondagem foi aplicada em 3.912 empresas, em 2012, com o objetivo de avaliar o nível de percepção dos empreendedores sobre os temas da sustentabilidade. Não há dados estaduais no estudo.
“Ao mesmo tempo que economizar água e energia ajuda o planeta, também reduz os custos da empresa, melhora a sua imagem e atrai mais clientes”, destaca o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barretto. Na Paraíba, o assunto está na pauta de muitas empresas que se preparam para a Feira do Empreendedor, em João Pessoa, de 19 a 22 de setembro. O tema central deste ano é Negócios Inovadores e Sustentáveis.
Aproveitamento da chuva
Ações mais elaboradoras também fazem toda a diferença, como é o caso do reaproveitamento de resíduos sólidos ou a destinação adequada de produtos para reutilização. A Vó Mina fabrica utensílios de limpeza, como baldes e vassouras de madeira, na cidade de Catolé do Rocha. Atuando há seis anos, com 15 funcionários, a empresa reutiliza 90% dos plásticos, material que agride o meio ambiente, segundo o proprietário Leonardo Teodoro de Lima. Isso gera uma economia de 20% na compra de nova matéria-prima.
“Nós fazemos isso com nosso material e reciclamos também materiais sólidos de outras empresas. Ainda usamos água da chuva, o que gerou uma redução de 70% nas despesas com a conta de água”, disse. A Vó Mina ganhou dois prêmios Sesi de Qualidade Total (PSQT) no estado e ficou em 2º lugar na etapa nacional. A ideia de reciclar é uma ação sustentável porque também traz um retorno financeiro, o que todo empresário busca.
Resíduos lucrativos
A Oficina do Granito, da cidade litorânea de Cabedelo, também transforma o resíduo sólido em material de consumo e lucra 15% em cima do faturamento anual, de R$ 1 milhão. Ou seja, mais de R$ 100 mil retornam à empresa por causa da venda do material reciclado. Eles trabalham com granito e mármore há 12 anos, empregam 60 funcionários e atendem a demandas de todo o Estado.
Parte do material da Oficina é transformado em brita para a construção civil. A outra parte em spacato, revestimento de paredes. As partículas viram pisos pequenos, de tamanhos variados. “Ainda reaproveitamos a água e eliminamos totalmente as partículas aéreas, com equipamentos pneumáticos e umidificados”, diz o proprietário Douglas Ribeiro.
Estímulo
Com a temática da sustentabilidade, a Feira do Empreendedor da Paraíba tem uma expectativa de público este ano de 16 mil visitantes. O evento é focado em oportunidades de negócios, mas também vai incentivar a aplicação de princípios para que as empresas inovem com práticas sustentáveis. Por meio de informações, capacitações e exposições de equipamentos e produtos, o visitante será reeducado.
“Essas práticas se destacam por disseminar ações de responsabilidade social. Ainda pregamos o comportamento ético nas ações com fornecedores e clientes”, afirma a coordenadora do evento e analista do Sebrae na Paraíba, Nelijane Ricarte.
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