Viver em um país onde a liberdade econômica é uma realidade pode ser uma experiência fascinante. Sem dúvida nenhuma, os limites para a criatividade – fundamental para a inovação em qualquer área ou profissão – são muito mais extensos, e a ausência de barreiras e restrições comerciais são capazes de levar o ser humano a atingir níveis formidáveis de progresso e evolução. A Suíça, por exemplo, conhecida por seus chocolates, relógios e sistema bancário impecável, reúne todas estas características, e por essa razão foi capaz de se tornar um dos mais prósperos países do mundo, além de referência em livre mercado. Os suíços, desde o princípio de sua história, compreenderam como a liberdade é fundamental para tudo, especialmente para o exercício da criação e da inovação, elementos indispensáveis para a livre iniciativa.
O livre mercado é formidável porque nele encontramos os componentes mais fascinantes de todas as atividades humanas em ação – criatividade, paixão, dedicação, inovação, empreendedorismo – de forma voluntária. As pessoas que ali estão, estão por vontade própria, realizando trocas voluntárias, não foram coagidas, nem ameaçadas. E neste ambiente, todos saem ganhando alguma coisa. O consumidor que adquiriu um produto estará suprindo uma necessidade. O indivíduo que vendeu o produto, além de ter faturamento, está divulgando a sua empresa, o seu produto e o seu negócio. Em um ambiente onde existe de fato livre concorrência, as possibilidades disponíveis no mercado – e aí podemos incluir também tudo aquilo que ainda não foi, mas será criado – são praticamente infinitas. Ninguém pode prever efetivamente o que irá acontecer. Em um mercado artificial, petrificado e hiper-regulamentado como o brasileiro, por outro lado, não chegamos nem perto de estabelecer o mesmo eixo dinâmico e orgânico de criações, trocas e benefícios. Isso porque existem inúmeras restrições e barreiras governamentais que impedem o mercado de ser mais vibrante e flexível.
No caso brasileiro, onde o intervencionismo de estado é extremamente exacerbado – não deixando absolutamente nenhum espaço para a liberdade –, nós teremos um mercado em constante estagnação. Inovações raramente serão levadas ao consumidor, pois empreendedores inovadores terão de enfrentar lobbys contra os quais eles serão incapazes de competir, e os grandes magnatas das corporações monopolistas são beneficiados por agências reguladoras, em decorrência de políticas regulatórias implementadas com a intenção deliberada de favorece-los, o que irá consequentemente dificultar a entrada de empresas competidoras no mercado. Assim, a empresa favorecida pelo monopólio estatal não precisará se preocupar com eventuais concorrentes. O maior prejudicado nesta situação será sempre o consumidor. Quando ele tem apenas um único fornecedor para um determinado produto, ele está sendo compulsoriamente coagido. A empresa que detém o monopólio pode fabricar um produto precário, e vende-lo a um valor exorbitante. Ela não precisa se preocupar com a qualidade do seu produto. Afinal, o consumidor não tem outras opções às quais recorrer.
O livre mercado beneficia a todos: concorrentes, empreendedores individuais, fornecedores, contadores, proprietários de pequenas e médias empresas. As possibilidades são tão incríveis e sensacionais, que apenas uma instituição como o governo poderia arruinar tudo, com sua predatória voracidade tributária, confiscatória e regulatória.
Nunca existiu livre mercado no Brasil, mas isso não significa que devemos nos contentar com o que temos, e que não possamos promover a livre concorrência e a desregulamentação estatal sobre toda a sorte de áreas e ocupações. O único que tem a ganhar com exacerbado controle do estado – além do próprio estado – são os grandes empresários oligopolistas amigos do regime, que acabam arruinando todo um ambiente de negócios que poderia ser mais espontâneo, eficiente e salutar, para beneficiar meia dúzia de pessoas, em detrimento do restante da população.
Infelizmente, ainda vamos esbarrar muito no intervencionismo de estado, em diversas áreas profissionais. Toda esta regulamentação atrapalha, e muito, o desenvolvimento do país, que poderia ser infinitamente maior do que é. Esta, na verdade, é a grande diferença entre o Brasil e os Estados Unidos. Enquanto lá o diagrama da economia sempre foi liberal, aqui, sempre foi de matriz estatista-desenvolvimentista – além de fortemente centralizadora –, o que implica em inúmeros monopólios estatais, regulações e dificuldades para toda a sorte de empreendedores, que enfrentarão problemas para se estabelecerem no mercado. Para estes, não haverá opção alguma, a não ser desistir do seu empreendimento, e buscar um emprego convencional, mudar-se para um país mais receptivo ao empreendedorismo, levando o seu talento empreendedor e o seu capital consigo, ou atuar na informalidade.
Está mais do que na hora de exigirmos liberdade. Para nós, e para o mercado.