X

Busque em mais de 20.000 artigos de nosso acervo.

o temer facebook jpg pagespeed ce  mpofxfqrm
Política e Economia

Nove coisas que eu não entendo sobre o Brasil

Não dá pra entender.


Não dá pra entender…

1. … Por que o Governo Temer não explicou a herança maldita.  Em outras palavras:  por que Henrique Meirelles não fez, no seu primeiro mês na Fazenda, uma gigantesca campanha de marketing para mostrar ao País a verdade: que Dilma Rousseff entregou uma ‘economia de guerra’? Por que não explicaram ao País que a conta dos desmandos — não só a roubalheira, mas acima de tudo os cheques sem fundo assinados por Dilma e Mantega — será paga por nossos filhos e netos?  Dava pra fazer.  O Brasil tem grandes marqueteiros, e alguns deles nem estão na cadeia!  E se quisesse economizar com os marqueteiros, a Fazenda poderia pedir ajuda ao site Porque.com.br, uma ferramenta que explica ao cidadão, didaticamente e com vídeos, como funciona a economia. E por que ela não funciona.

2.  … Por que a reforma da Previdência não foi mandada ao Congresso há dois meses.  O desenho básico já existe há anos. O economista Fabio Giambiagi, funcionário de carreira do BNDES, estuda o assunto e prega a necessidade de reforma desde antes de Lula ser eleito. Fabio deve ter na gaveta do escritório umas 15 propostas, com graus diferentes de eficácia. Numa ‘economia de guerra’ — ver o ponto 1 de novo —  o Governo teria mais cacife político para fazer uma reforma que pode até ser impopular, mas que acima de tudo é uma reforma justa, já que uma fatia pequena de aposentados e pensionistas privilegiados leva um pedaço desproporcional dos gastos, enquanto o brasileiro médio recebe uma merreca. Gastamos 12% do PIB com a Previdência, o mesmo que a Alemanha e Japão, países que têm o triplo de aposentados. Chama o Boris: “Isto. É Uma. Vergonha.”

3. … Por que Meirelles não pisou no acelerador com uma agenda microeconômica que retire o Estado das costas do empresário que paga impostos e do trabalhador que precisa do emprego. Dizem em Brasília que a equipe da Fazenda tem muita coisa boa sendo preparada a este respeito, mas na crise atual, tudo deveria ser “pra ontem”, e nada pode vir cedo demais. Há duas semanas, um grande empresário disse ao Brazil Journal, numa conversa por WhatsApp:  “Esse governo não tem a menor ideia do desastre que rola ‘em baixo’, no micro. É um Titanic! A máquina pública está corroendo as bases do país feito um cupim. Os agentes públicos, além de serem radicalmente (e ideologicamente) contra a iniciativa privada, inventaram o tal de ‘no meu entendimento…’ pra ferrar mais ainda a iniciativa privada. De nada adianta ficar discutindo grandes políticas monetárias se a máquina segue, como antes ou até pior, f%$#@ndo a iniciativa privada. Essa conta não vai fechar,” disse ele, antes de prever que “2017 será o pior ano da história, econômica e politicamente falando.”

4.  … Por que Ilan Goldfajn foi tão conservador na queda dos juros, tendo à sua disposição todos os dados que ainda mostram uma economia em coma.  Este fim de semana, ficou claro que a batata de Ilan está assando quando Luis Stuhlberger disse no Estadão que Ilan ‘se amarrou numa camisa de força nessa [ideia] de fazer a convergência da inflação para 4,5% ano que vem.’  Duas páginas adiante, Affonso Celso Pastore, um monetarista acima de qualquer suspeita, escreveu que ‘a política monetária não é feita no vácuo, e quando busca atingir a meta de inflação o Banco Central tem de olhar para os custos de chegar ao objetivo, medidos em termos de perda de [PIB] e de emprego.’  Sem mais.

5. … Como os deputados conseguem ser tão deslocados da realidade. (Eles não tem wifi em casa?) O brasileiro nunca teve o hábito saudável de telefonar para pressionar seus deputados.  Sempre preferimos o conforto da bunda no sofá, os prazeres do Brasileirão, ou, quando nada, a apatia de uma vida política vegetativa.  Assim, quando 2,4 milhões de brasileiros resolvem assinar o mesmo pedaço de papel  — as 10 medidas anticorrupção— , subscrevendo assim a mesma ideia, é porque o tempo desta ideia claramente chegou — como se faltassem evidências de que a corrupção se tornou uma septicemia no corpo político da Nação.  Nestas circunstâncias, tudo que compete aos representantes do povo é perguntar, “Pois não, onde é que eu assino?” Podem-se admitir mudanças sim — ao contrário do que alguns porta-vozes do MP desejariam — porque isso é da natureza do processo legislativo.  Mas quando a Câmara amputa e destroi a maioria das 10 medidas, isso é votar contra o espírito do tempo e estimular a descrença na democracia.

6. … Como Gilmar Mendes pode zombar de 2,4 milhões de assinaturas num país que ainda está aprendendo a desenvolver uma consciência política.  Falando na tribuna do Senado há três dias, o ministro do STF disse: “Eu hoje frequento muito São Paulo, e aprendi que quem contrata o sindicato dos camelôs em uma semana consegue 300 mil assinaturas, portanto não vamos canonizar iniciativas populares.” Tem hora que Gilmar Mendes fala demais.

7. … O que o PSDB acha que tem a ganhar reivindicando ‘dividir a economia’ com Meirelles.  Está claro que o PIB não está respondendo, e o risco de óbito hoje parece ser muito maior do que o de uma pronta recuperação.  Além disso, 80% da equipe econômica reunida por Meirelles já carrega um DNA técnico tucano, se é que podemos generalizar assim. São pessoas que acreditam no funcionamento do mercado e trabalham para garantir um mínimo de racionalidade fiscal depois da lambança dilmista. Esta mesma equipe já preparou a reforma da Previdência (item 2 acima) e está preparando reformas micro (item 3). Ainda assim, os políticos do PSDB parecem achar que sabem alguma coisa que a maioria de nós não sabe. Qual é o ‘upside’ político (em votos) de dividir a tarefa mais inglória do País? Falando num jargão que o mercado financeiro entende: o PSDB ‘entrar no Governo’ agora não equivale a ‘comprar uma opção barata’. Está mais para um ‘value trap’.

8. … Por que o Congresso terá direito a recesso parlamentar.  Enquanto você e eu trabalharemos em janeiro, os nossos funcionários senhores deputados voltarão às suas bases,e o processo de aprovação das reformas vai parar.  Como sabemos, a economia está um brinco, e o País não tem nada importante pra discutir… Renan Calheiros e Rodrigo Maia, mostrem alguma sensibilidade política… and wake the f*** up.

9.  … Por que não estamos falando mais ainda de privatização. Com todo respeito aos avanços que já foram feitos — e a maioria deles veio do Ministério das Minas e Energia — por que é que não estamos discutindo a privatização de Furnas — onde Eduardo Cunha e outras sumidades do PMDB já mandaram (e DES-mandaram mais ainda)? Dá pra vender a nossa metade de Itaipu? Melhor ainda: com um Wilson Ferreira como presidente e regras claras, as Fidelitys e BlackRocks do mundo adorariam comprar um pedaço da Eletrobras. Precisamos do dinheiro, sim, e precisamos, ainda mais, reduzir o número de tetas onde os políticos mamam. Está na hora de acabar com as vacas sagradas.

_

Comente este artigo

Populares

Topo
http://enterslots.epizy.com/ http://cair138.epizy.com/ http://sido247.epizy.com/ http://omega89.epizy.com/ http://merdeka138.epizy.com/ 7meter slot 7winbet abcslot https://obor138.web.fc2.com/ https://monsterbola.web.fc2.com/ https://daget77slot.web.fc2.com/ star77 138 slot istana77 mega138 cuan138 nuke gaming slot grandbet infini88 pg slot baccarat casino idn live idn poker sbobet tangkas88 slot sbobet88 slot deposit dana joker123 autowin88 zeus138 dewagg roma77 77lucks bos88 ligadewa sonic77 168 slot