No ponto a que chegamos, não há dúvida alguma de que a recessão colocou um quadro clínico terminal no mercado. E têm ensinado muito a todos nós, não apenas empreendedores, mas empregados, funcionários, mães, pais de família e jovens que estão tentando inserir-se no mercado de trabalho, algo que está ficando cada vez mais difícil. Afinal, a recessão vem progressivamente intensificando a escassez e suplantando oportunidades. Sobreviver até o final do mês está se tornando uma meta aflitiva e tempestuosa, que fica cada vez mais difícil, conforme o tempo passa. E a destruição que ela tem gerado, na dilaceração de empresas, empregos, e até mesmo vidas, não está sendo devidamente contabilizada.
A recessão tem me ensinado muitas coisas, como profissional, e como indivíduo. Não obstante, aprendi que é muito fácil escrever sobre recessão e declínio econômico do conforto de minha casa. No entanto, tendo contato com um grande número de empreendedores locais, não escapo à brutalidade da realidade, e em diversos momentos, me deparo com as terríveis e lamentáveis situações, causadas pela recessão.
Há algumas semanas atrás, fui até uma empresa, para fazer um orçamento. O proprietário especificou o que precisava ser feito, e enfatizou sua necessidade de que o produto e o serviço precisavam não apenas ser bons, como baratos, pois ele está em uma situação terrivelmente difícil no presente momento. Falou que o mês de dezembro, para ele, será um mês de demissões. “Vou reduzir o quadro de funcionários ainda mais”, ele disse. E complementou, com uma expressão facial extenuada, severa e angustiada: “Não sei se a empresa chega até o mês de março”. A empresa, que conta atualmente com vinte e seis funcionários, de acordo com ele, tem um enorme potencial mercadológico. Mas ele não dispõe de capital suficiente para realizar o investimento que lhe proporcionaria abrir mais clientes. E o que torna tudo muito mais difícil é o fato de termos ingressado na pior época do ano para o comércio e para a indústria: nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, o faturamento das empresas – que já não anda muito bom – é drasticamente reduzido. Como o proprietário desta empresa ressaltou, o faturamento está escasso, mas as despesas continuam, e as cobranças não param de chegar.
Esta situação, vivida por este empreendedor e por esta empresa, na verdade expõe a dramática situação que a iniciativa privada vive pelo país inteiro. Dilacerada por um governo espoliador, parasitário, ineficiente, permissivo, desonesto, letárgico, ganancioso e movido por interesses escusos, empresários e empreendedores por toda a República Federativa do Brasil já não sabem mais o que fazer, nem a quem recorrer, para salvar as suas empresas da ruína. E a triste constatação é a de que não adianta recorrer à política, pois os gestores públicos brasileiros, através dos recentes escândalos que todos temos presenciado através dos veículos midiáticos, demonstram efusivamente, de forma curta e grossa, em sua quase totalidade, que eles não se importam com nada nem com ninguém, a não ser com eles próprios. Enquanto isso, nós, empreendedores, enfrentamos condições que estão redefinindo completamente o significado e o sentido da palavra precariedade.
Sabemos que o que nos levou a este ponto foi a péssima, sórdida, repulsiva e dilacerante gestão pública brasileira.
Sabemos que o que nos levou a este ponto foi a péssima, sórdida, repulsiva e dilacerante gestão pública brasileira. E o presente diagnóstico nos mostra que alguns milhares de políticos medíocres estão fazendo tudo o que podem para deixar uma nação inteira de mãos e pés atados. Com aumentos salariais constantes, a aquisição de mais privilégios, e a exposição de novos escândalos a cada dia, a política brasileira vai demonstrando não apenas a sua completa e total podridão infinita, como também a sua constante capacidade de dissolver e comprometer o desenvolvimento de novas possibilidades econômicas, sem ter nenhuma consideração pelo sofrimento da população, que padece de forma agonizante em decorrência da estagnação econômica. E no processo, demonstra todo o seu descaso e indiferença, no que diz respeito ao retrocesso que escraviza o país inteiro. O que precisamos de verdade, o que é urgente, impreterível e irremediavelmente necessário são gestores públicos apolíticos e apartidários, que se esforcem ao máximo para desvincular a economia do estado.
Enquanto isso, o empreendedor, cuja escassez de recursos já atingiu o limiar do absurdo, de todas as formas e maneiras possíveis, continua sendo punido por tentar empreender, criar e desenvolver.
Enquanto isso, o empreendedor, cuja escassez de recursos já atingiu o limiar do absurdo, de todas as formas e maneiras possíveis, continua sendo punido por tentar empreender, criar e desenvolver. O terrível malabarismo administrativo e financeiro que muitos empreendedores estão sendo obrigados a realizar para manter suas empresas operando, ao menos por mais algum tempo, é algo que o país não será capaz de suportar indefinidamente, sem mergulhar em um colapso ainda mais instransponível, hostil e destrutivo. Longe de ser pessimista, não obstante, não vou difundir otimismo aonde ele não existe. O atual quadro econômico brasileiro não admite possibilidades construtivas sob nenhum ângulo ou perspectiva, em nenhuma conjuntura analítica. E enquanto a letargia dos políticos brasileiros continuar paralisando a economia, não há nenhuma possibilidade de vislumbrar uma luz no fim do túnel. A crise, da maneira como vem desafiando o empreendedor, está se tornando cada vez mais belicosa, mordaz, agonizante, desesperadora e, em não raros casos, irreversível.
Partidos políticos, para mim, são todos a mesma coisa. Coalizões de bandidos, contraventores, criminosos e ladrões, loucos para enriquecer de forma fácil e rápida. A política, no Brasil, é uma plataforma para os piores tipos da sociedade, justamente por ter sido criada por eles. Da forma como foi concebida, ela existe para distanciar os políticos da população, ao passo que são majestosamente servidos pelos exorbitantes impostos que cobram dela. Além disso, esta classe de indivíduos não produz resultados, não são cobrados pelo fato de não serem produtivos, e mantém a população na carência de tudo aquilo que é necessário. Ou seja, é fácil constatar que a política, no Brasil, é uma plataforma para vagabundos, criminosos e sociopatas ganharem dinheiro fácil, sem fazer real esforço, sacrifício ou ter que trabalhar. Se tem uma coisa que todo o brasileiro inteligente foi capaz de comprovar nos anos de 2015 e 2016 – e a bem da verdade, há muito mais tempo isto já era óbvio –, é que o político brasileiro não têm utilidade alguma. Ele é um obstáculo para tudo, e a resolução para nada. E um peso financeiro enorme no seu bolso e na sua conta bancária. Um parasita do seu trabalho e da sua produtividade.
A verdade, caro empreendedor, é que combater o político brasileiro já não é mais uma questão de prioridade, e sim, de sobrevivência.
A verdade, caro empreendedor, é que combater o político brasileiro já não é mais uma questão de prioridade, e sim, de sobrevivência. Para permanecermos, é fundamental desbancá-los, tirá-los do poder. Ou nós ou eles. Ambos não podem ficar. A ironia é que nós existimos em quantidade muito superior, mas estamos perdendo esta batalha de forma vergonhosa e pronunciada. Algumas centenas de políticos medíocres estão conseguindo nos derrubar. Como assim? Eles são milhares. Nós somos milhões. Os fatos falam por si só: eles estão tirando de nós nossas empresas e estão enfraquecendo a economia, mas ainda assim, continuamos na obrigação de pagar elevados impostos, que, ironicamente, sustentam a todos eles. Nesta deplorável queda de braço, onde temos um bíceps muito maior, por que estamos sendo incapazes de derrubá-los, e dar a volta por cima? A verdade é que políticos e empreendedores, na República Federativa do Brasil, não podem coexistir. São duas classes de indivíduos completamente distintos, totalmente incompatíveis, que não tem absolutamente nada em comum. Um quer produzir, o outro quer estagnar. Um é trabalhador, o outro ganha sem trabalhar. Um simplifica, o outro burocratiza. Um serve, o outro é servido. Um agrega, o outro tira. Um é humilde e usa suas economias para montar o seu negócio. O outro é rico, têm auxílio paletó e auxílio moradia. Um é agente de transformação social, profissional e econômica, o outro é um parasita. Um é ativo, o outro é paralítico. Um melhora a sociedade, o outro a piora. Um cria, o outro destrói. Um gera empregos, o outro gera gastos. Um serve para tudo, o outro não serve para nada. E assim eu poderia continuar indefinidamente, demonstrando os pronunciados contrastes entre empreendedores e políticos. No entanto, se analisarmos quem precisa de quem, a que conclusão chegamos? Que o político precisa do empreendedor para existir. O empreendedor, por outro lado, não precisa do político para absolutamente nada. Por essa razão, é fundamental que todo empreendedor entenda, para o seu próprio bem, que o político não é seu amigo. Ele é exatamente o contrário disto. E ele não está interessado em se tornar seu amigo. Ele é, sempre foi, e sempre será um peso mórbido nas suas costas. Ele precisa de você para existir, mas sempre irá boicotar e sabotar os seus interesses. Que benefícios podem nos trazer uma classe de indivíduos que se empenham em desfazer tudo aquilo que lutamos para criar? Por isso, é impreterível e fundamental, no momento em que vivemos, declarar uma guerra contra todos eles, sem exceções. De fato, já nos encontramos em meio a uma terrível, excruciante e sofrível, mas silenciosa guerra. E a dolorosa verdade, expressa pelos parâmetros mais belicosos desta hostil realidade, é que, enquanto os políticos brasileiros estiverem vencendo, nós, empreendedores, estaremos fadados à extinção.