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Política e Economia

O empreendedorismo e a eterna espoliação do estado

Obrigado, governo, por absolutamente nada.


Minha árdua jornada como empreendedor, indubitavelmente, me ensinou um monte de coisas, que possivelmente acontecem só aqui no Brasil. E uma das coisas mais lastimáveis para qualquer empreendedor neste país é o fato de que, para ter um índice de prosperidade e progresso relativamente decente, invariavelmente ele acaba tendo que se embrenhar em uma permanente e tempestuosa guerra contra o estado.

É inevitável e literalmente impossível, ao falar de empreendedorismo aqui no Brasil, não abordar dois assuntos: a excessiva cobrança de impostos, e o abusivo, extorsivo e corrosivo protecionismo governamental com relação a um cartel de grandes empresas, o que cria um ambiente cáustico, agressivo e pernicioso para diversos segmentos, que torna os pequenos e médios empreendedores verdadeiros mestres na sorrateira e desgastante arte da sobrevivência.

Para ser um bom empreendedor, é extremamente necessário, fundamental e imprescindível que você entenda em que contexto está inserido. O Brasil, sendo um país de contraventores, feito por contraventores, para contraventores, jamais existirá para atender aos interesses de uma classe de trabalhadores corretos e honestos. Aqui, quem é honesto paga a conta por aqueles que não são. E aqueles que não são honestos custam muito caro. E adivinha quem pagará os salários, os prejuízos, as contas e as despesas de todos os servidores, gestores públicos, políticos e empresários desonestos? Acertou! Eles colocam isso na sua conta.

Mas vamos realizar uma análise ainda mais profunda na questão do contexto: aquilo que chamam de República Federativa do Brasil, embora queiram fazer você acreditar, não é uma democracia, mas uma plutocracia oligárquica. Isto significa que uma elite governamental é sustentada pelos recursos financeiros que arranca de uma população trabalhadora e produtiva. Graças a este arranjo, que favorece única e exclusivamente a eles, nossos governantes vivem uma vida de ostensivo luxo, graça, esplendor e refinamento. Em toda a sua pompa e suntuosidade, vivem uma garbosa e requintada existência de confortos, regalias e privilégios, completamente alienados da realidade factual do brasileiro comum.

Esta alienação é uma das causas primordiais pelas quais os problemas no Brasil persistem, e nunca são resolvidos. Nossos governantes nunca se empenham em resolver as dificuldades enfrentadas pela população, primariamente porque não são afetados por elas. Um dos elementos cruciais e preponderantes para a resolução de qualquer problema é a urgência. Como nossos governantes não são afetados pelos problemas que acometem o brasileiro comum, não sentem urgência em resolvê-los. Garanto que se fossem afetados, de forma contumaz, visceral e frequente pela criminalidade, por exemplo, esta rapidamente seria resolvida, senão de forma total, ao menos de forma parcial, e certamente leis mais rigorosas contra criminosos seriam rapidamente implementadas, tanto em nível legislativo quanto judicial. Mas fica muito difícil para os indivíduos da classe política se sentirem realmente compelidos a resolver um problema que não os afeta, especialmente quando vivem cercados por guardas costas, segurança privada e escolta armada, privilégios que eles têm, e pelos quais nós pagamos. Com tanta segurança assim, quem vai querer assaltar um figurão do governo, não é mesmo? Fica mais fácil assaltar eu ou você, já que nós não temos todos estes privilégios para nossa segurança, mas pagamos para que nossos governantes a tenham.

A absurda e abusiva cobrança que o governo chama de impostos na verdade é a mais ilegítima, arbitrária e nefasta forma de extorsão. Ela é legal apenas para o governo, que se abastece esvaziando os recursos financeiros da iniciativa privada. E assim, eles vão ficando cada vez mais ricos, à medida que nós vamos ficando cada vez mais pobres.

Verdade seja dita: o brasileiro é o indivíduo que mais paga impostos sobre a face da Terra. Para tanto, deveria ter o governo mais eficiente e maravilhoso do mundo, mas o que acontece é justamente o contrário. O Brasil lidera o ranking dos piores países do mundo com relação ao retorno dos tributos pagos para a população, fato este confirmado com pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário. Nossa passividade com relação a esse assunto é um fator que contribui para a gravidade do problema. Por que não cobramos resultados? Quando cobramos, e não somos atendidos, o que devemos fazer para sermos ouvidos? E isso que estamos falando de funcionários públicos, os indivíduos mais bem remunerados de toda a sociedade brasileira. O que vêm a ser outro grande problema, sendo injustificável tanta letargia, lentidão, inaptidão e ineficiência. Deveriam receber muito menos e trabalhar muito mais. Até quando vamos aceitar que políticos tenham exorbitantes salários irrealistas, de R$ 10.000,00, R$ 20.000,00 ou R$ 30.000,00? É uma situação tão absurda quanto insustentável, especialmente em um país repleto de carências, que poderia empregar verbas tão significativas para fins realmente prioritários.

Teríamos que fazer com mais frequência o que fizeram no município de Santo Antônio da Platina, no Paraná. Em julho deste ano, o prefeito e os vereadores realizaram um referendo para aumentar os seus salários (por que será que nesta questão demonstram sempre tanta eficiência, mas para todo o resto, não?). O salário do prefeito, que era de R$ 14.760,00, iria para R$ 22.000,00. O salário dos vereadores, que era de R$ 3.745,00, iria para R$ 7.500,00. Em certa ocasião, uma empresária, extremamente aborrecida e indignada – e com toda a razão! – ao ficar sabendo da emenda, foi reclamar, extremamente injuriada, na câmara municipal. No dia da votação, empresários e trabalhadores de todo o município interromperam suas atividades, para acompanhar na câmara municipal a votação da emenda. Os políticos, terrivelmente intimidados, ao sentirem a pressão popular, acabaram fazendo exatamente o contrário: ao invés de aumentar os seus salários, optaram por reduzi-los. A partir de 2017, o prefeito da cidade vai receber um salário de R$ 12.000,00 (o que considero muito: acho que nenhum político deveria receber um salário superior a R$ 2.000,00, não importa o seu nível na hierarquia política [caso não fique contente, ele é livre para procurar outro emprego]) e o dos vereadores, ficou estabelecido em R$ 970,00. A ocorrência vitoriosa chegou a veicular em uma reportagem do Jornal Hoje, que terminou a matéria dizendo: “Foi uma sessão histórica, em que cidadãos mobilizados forçaram políticos a voltar atrás”. O que isso nos ensina? Que os parasitas no poder estarão sempre visando, única e exclusivamente, os seus próprios interesses. Mas como são covardes, com a devida pressão, eles se encolhem em um cantinho, e, sob a ameaça de insurreição popular, eles podem, sim, fazer a nossa vontade.

Este era outro ponto onde eu queria chegar: o poder de barganha. O estado, em todo o seu jogo psicológico funesto, incoercível e desonesto, gosta de fazer o empreendedor pensar que ele não tem escolha. Mas na verdade, você, empreendedor, tem escolha, sim! Você pode cruzar os braços e intimidar o poder público, porque você sempre tem escolha. O estado é um agente letárgico, parasita, deficiente e ineficiente. Você, por outro lado, faz parte do setor produtivo da sociedade, e o estado precisa de você muito mais do que você precisa dele, embora o estado jamais irá admitir isso.

A eterna e lamuriosa guerra contra o governo, infelizmente, não terminará. Ao menos, não tão cedo. Em um país como o Brasil, que pune a produtividade com tributos pesados e hostis, e recompensa a ineficiência política com salários robustos e bônus obscenos, não vemos a formação de um quadro satisfatório, tampouco de um horizonte mais pleno e viável. Infelizmente, o empreendedorismo sobrevive por beligerante e relutante teimosia, e por força dos que acreditam nele. A ironia é que o progresso que ele traz, os gestores públicos reclamam para si, proclamando que foi graças às suas medidas que tal desenvolvimento foi possível, quando na verdade, somos nós que temos que lutar constantemente contra o governo para conseguir progredir, porque tudo o que o governo faz é colocar árduos obstáculos, muitas vezes irreparáveis, em nosso caminho.

Enquanto tivermos um governo parasita e predador, repleto de homens terminais, inválidos, ignóbeis e indolentes, e um aparelho estatal caro e ganancioso, que sabe apenas cobrar, cobrar, cobrar e cobrar do empreendedor, o progresso será sempre uma utopia, e o atrito Governo X Iniciativa Privada, uma realidade intransponível.

É nesses momentos que eu digo: Obrigado, governo, por absolutamente nada!

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