Salvador – Com a certeza de plantar em uma boa terra, os produtores do povoado de Cabeceira Grande, na zona rural de São Desidério, oeste Baiano, renovam a confiança no lugar. O cultivo da mandioca tem uma grande importância econômica para a região. Com 20 produtores, a Cooperativa de Mandiocultores de São Desidério (Coomasd) tem contrato fechado com o município e os produtos vão para a merenda das escolas públicas. A produção de quatro meses chega a 700 sacos de farinha.
João Xavier, da Coomasd, conta que o ano de 2013 é promissor. “Agora, estamos negociando o ingresso no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do governo federal. A partir dele, vamos oferecer derivados de mandioca a famílias carentes”, conta. Além de beiju e farinha, as mulheres da cooperativa fabricam biscoitos doces, bolos e pudim. O sucesso do que é produzido pelos mandiocultores tem reconhecimento fora da Bahia também. Em 2012, a Cooperativa participou do VII Encontro e Feira dos Povos do Cerrado, em Brasília. A cooperada Silvana Ferreira vendeu todos os artigos que a Cooperativa ofereceu, com grande aceitação de representantes de instituições de outros estados. “Agora, o nosso sonho é exportar grande parte do que produzimos”, diz.
O valor que a Coomasd tem no mercado é fruto do empenho dos seus integrantes e de uma visão técnica do Sebrae. O cooperado Manoel Teixeira conta que antes os moradores do povoado cultivavam isoladamente a mandioca e só vendiam a farinha. “Eram poucos sacos. Não havia como sobreviver desse cultivo”, afirma. Segundo ele, o Sebrae auxiliou os produtores. A princípio, sugeriu-se montar a associação, que 12 anos depois se transformou em cooperativa. Além disso, a instituição também ofereceu consultorias e cursos sobre como lidar com o solo, cultivar a raiz e vender os derivados da mandioca. “Hoje, nós somos oficialmente empreendedores. Padronizamos nossos produtos com orientação do Sebrae e podemos vender o fazemos ao setor público”.
O coordenador do Sebrae em Barreiras, Emerson Cardoso, aponta que inserir produtos da agricultura familiar nas compras públicas municipais tem contribuído para dinamizar a vida no campo. “Melhora a vida desses produtores, fomenta as ações da Cooperativa e promove o resgate cultural do povoado”. Para a cooperada Rute Rodrigues, tudo mudou na vida dos produtores de Cabeceira Grande. “Aumentou nossa renda. Nós, mulheres, temos participação nas despesas da família. Reformamos nossas casas, compramos carro e computador. Tudo melhorou bastante. Agora, temos muito mais conforto e somos mais respeitados”.
A colheita da mandioca acontece a partir do mês de maio e é feita manualmente, arrancando as raízes. O lavrador Manoel Cabral conta que há também a prática da sustentabilidade e aproveitamento. “Aqui não se perde nada. O que sobra, serve para adubo”, assinala. Tudo que é colhido segue para a Casa de Farinha, na sede da Coomasd. As casas de farinha fazem parte da cultura dos nordestinos e essa atividade garante a sobrevivência dos moradores da zona rural, gerando renda e proporcionando a permanência dos lavradores no campo.
Todos participam do processo de aproveitamento da mandioca. As mulheres tiram a casca da raiz que chega. Depois, a mandioca segue para ralagem, prensagem e secamento. A massa e o líquido extraídos da mandioca são usados para produção de farinha, beiju e outros derivados. No local, também há uma estrutura de equipamentos e fornos, uma conquista dos produtores.
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