Natal – O período de estiagem afetou 139 municípios do Rio Grande do Norte no ano passado, o que impactou negativamente as principais cadeias produtivas do agronegócio. Para ajudar os produtores rurais a encontrar soluções de convivência com a seca no campo diante das previsões de falta de chuvas, o Sebrae no Rio Grande de Norte elaborou o livro O Produtor Rural e o Rio Grande do Norte Semiárido – Sugestões para Conviver Melhor com as Secas.
A publicação aponta alternativas para os problemas vividos pelos sertanejos, que sofrem com a morte do rebanho por falta de alimentação e, principalmente, de água. Mais de 200 mil cabeças de gado foram dizimadas devido à falta de chuvas no semiárido potiguar. Dos 167 municípios do Rio Grande do Norte, 139 estão em estado de emergência.
O livro servirá de cartilha com propostas a serem implementadas por 1,8 mil produtores, atendidos pelo projeto Sebrae no Semiárido. Dividido em sete áreas macro (meio ambiente, bovinos/bubalinos/caprinos/ovinos, psicultura, apicultura, cultivo da mandioca, fruticultura e olericultura), o material contém ensinamentos práticos para quem possui propriedade rural, rebanhos ou qualquer atividade do agronegócio. Traz orientações, como técnicas de manejo, as raças mais adequadas ao clima seco, cultivo de forrageiras, enriquecimento de alimentação e instalação de poços e cacimbas.
Elaborado durante seis meses por uma equipe multidisciplinar de 32 técnicos – entre agrônomos, veterinários e zootecnistas -, o documento colheu as principais demandas junto aos produtores inseridos no projeto Sebrae no Semiárido. No total, foram realizados 1.575 diagnósticos e, a partir deles, elaboradas as soluções contidas na publicação de 172 páginas. Cada produtor receberá um exemplar, já que o livro servirá de manual para que as sugestões sejam implantadas nas propriedades com auxílio dos técnicos do projeto.
São quase 75 mil produtores rurais no estado que podem ser beneficiados com as sugestões contidas no livro. “O intuito é fornecer informações técnicas precisas aos produtores atendidos pelo projeto e dar subsídios a quem tem negócios no sertão potiguar. Queremos com essa publicação estimular as instituições envolvidas com o meio rural a repensar o semiárido e despertar o interesse por novos estudos, capazes de solucionar os problemas dessa região”, explica o gerente da Unidade do Agronegócio do Sebrae no estado, Ronil Fonseca.
Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Norte (Faern), José Alvares Vieira, o trabalho do Sebrae vai ajudar na sobrevivência dos produtores da região. “Precisamos fazer com que a seca jogue a nosso favor. Uma das soluções para resolver o nosso problema é a pecuária, que, em áreas com pouca água, pode ser viável”. O presidente da Associação Norteriograndense de Criadores (Anorc), José Teixeira Júnior, ressaltou que há um tratamento desigual nas políticas de enfrentamento da seca, já que não existe uma política de crédito voltada aos produtores rurais para que possam salvar os rebanhos. “Vemos essa ação do Sebrae como de suma importância para os agricultores familiares”.
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