Rio de Janeiro – O Arranjo Produtivo Local (APL) Metalmecânico da Região Médio Paraíba Fluminense registrou nos últimos dois meses marcos expressivos que traduzem o acerto da estratégia. Atualmente, 136 empresas de 17 municípios participam da iniciativa, criada há quatro anos.
Os resultados alcançados no período motivaram a inclusão do APL na agenda dos representantes do programa Diálogos Setoriais, resultado de cooperação entre o Brasil e a União Europeia. Apenas cinco arranjos foram escolhidos pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) para receber a missão empresarial na semana passada.
À frente do APL estão o Sebrae no Rio de Janeiro, a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e o Sindicato Metalmecânico do Médio Paraíba (Metalsul).
Outro resultado concreto do acerto da estratégia do APL Metalmecânico concretizou-se na Rio Oil & Gas. Nessa feira, realizada na capital fluminense em setembro, seis empresas do APL expuseram seus produtos no estande do Sebrae no Rio de Janeiro. Uma delas, a Metalúrgica Vulcano, participou da Rodada de Negócios do evento. “Os contatos foram muito positivos e promissores”, avalia o presidente da Vulcano, Henrique Carneiro.
A presença do grupo nesse evento, um dos mais importantes do setor de Petróleo & Gás (P&G) no mundo, é considerada um avanço. As integrantes do APL, que já fornecem para empresas do porte da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e companhias do setor automotivo como Peugeot e Volkswagen, querem se capacitar para novos desafios e competir no setor de P&G. O fato de estarem sediadas no Rio de Janeiro é uma vantagem, já que a unidade federativa responde por 80% da produção nacional de petróleo e 42% de gás. Além disso, a previsão de investimentos no país é superior a US$ 266 bilhões até 2015.
“O perfil das nossas empresas é de fabricação de equipamento industrial, mas o setor de petróleo e gás tem exigências muito específicas. Houve um esforço coletivo para mudar. A Vulcano é um exemplo disso, com a entrada no cadastro de fornecedores da Petrobras. Seria possível obter esses resultados sozinho, mas o caminho seria muito mais longo e difícil”, reconhece Carneiro.
Excelência
Para o coordenador do projeto no estado, Leandro Marinho, do Sebrae no Rio de Janeiro, essas empresas têm diferenciais importantes. “Elas estão habituadas ao altíssimo grau de exigência das âncoras da região, um processo que começou com a instalação da CSN no final da década de 1980. Mas mesmo sendo muito qualificadas, avançadas e competitivas, elas reconhecem a importância do investimento contínuo em qualificação e trabalham com a meta de projetar a região como um polo metalmecânico reconhecido pela sua excelência. Por tudo isso, acredito que no setor de petróleo e gás, elas têm tudo para se destacar e ganhar mercado rapidamente”, elogia.
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