Este texto faz parte da coluna da Plataforma Brasil feito especialmente para os leitores do Saia do Lugar.
Por: Gustavo Chierighini, fundador da Plataforma Brasil Editorial.
Na maioria das conversas que tenho com empresários iniciantes e de pequeno porte, escuto sobre seus planos e perspectivas de negócios, onde novos e futuros projetos entram em pauta, reforçando não apenas a sua veia empreendedora, mas a sua implacável confiança na própria capacidade de se alcançar o êxito.
Sem dúvida se trata de uma auto percepção importante, e necessária, considerando a importância dessa cultura para o avanço econômico e a conquista de espaço no campo da inovação. E esta relevância se fortalece nas próprias estatísticas. Segundo um levantamento do Sebrae, apenas em janeiro deste ano, algo em torno de 86% dos empregos formais foram gerados por micro e pequenas empresas.
Um cenário excepcional, que confirma a necessidade de se formar cada vez mais e melhores empreendedores. E na esteira desta formação, uma boa dose de cautela calculada, pode servir como um forte aliado para evitar a mortalidade precoce de negócios ainda em fase de amadurecimento.
É nesse contexto, que hoje destacaremos o imenso valor agregado que um bom diagnóstico de viabilidade econômico-financeiro pode representar, antecipando tropeços, ajudando a corrigir rotas pré-concebidas, e salvando corajosos empreendedores de roubadas perfeitamente evitáveis.
Assim, destacaremos abaixo alguns passos e componentes necessários para este processo, que em algum momento exigirá um certo conhecimento de engenharia financeira. Mas nada que um bom tutor, alguns livros, e em última hipótese, um bom curso não possam oferecer. O esforço vale a pena.
Vamos lá:
1. Faça um levantamento detalhado sobre os principais eixos geradores de receita e em seguida faça o mesmo segregando as despesas e os custos nas categorias: fixos e variáveis;
2. Tente projetar as informações do item anterior no horizonte de cinco anos. Utilize uma boa e velha planilha eletrônica;
3. Separe os investimentos necessários para a viabilização do projeto, pois estes terão um lugar apropriado no modelo. O mesmo cuidado terá que ser adotado caso exista a decisão de se financiar o projeto;
4. Com estas informações construa um fluxo de caixa projetado para os cinco anos, alocando corretamente cada conjunto de informações.
5. Crie meios de se atribuir choques ao processo, estressando as variáveis e com isso possibilitando uma análise de sensibilidades. Com isso poderá avaliar o desempenho do negócio em diferentes cenários;
6. Adote um enfoque conservador. Deixe o entusiasmo de lado e tente pensar como se estivesse estudando um projeto alheio, para o qual foi convidado a aportar o seu caro e suado dinheiro;
7. Identifique os principais resultados na planilha, incluindo a implacável “TIR” (Taxa Interna de Retorno);
8. Com o modelo construído mantenha-o atualizado, de forma que a mesma análise possa ser realizada ao longo do tempo, mas já contando com algumas informações realizadas;
9. Seja frio e saiba cortar na carne para ajustar os custos do projeto, ou mesmo para abortá-lo;
10. Adote a ótica de um investidor.
Boa sorte e até o próximo.
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