Toda vez que muitas tecnologias começam a ganhar as massas ao mesmo tempo, surge o desejo por híbridos. Quero uma coisa só que faça tudo!
Mas aparelhos híbridos têm um passado duvidoso: a maioria parece falhar no início. No entanto, alguns têm sucesso mais tarde. Talvez um dia, vejamos os híbridos de hoje – como os laptops/tablets com Windows 8 – como pioneiros de uma nova era, assim como alguns desses 11 exemplos, considerados como uma combinação maluca em seu tempo.
IBM 5120
Computadores tudo-em-um estão ganhando espaço no mercado de PCs, mas existem faz tempo. O primeiro all-in-one é o HP 9810. Em 1971, ele combinava um computador, um teclado e uma tela de LED muito rudimentar capaz de exibir caracteres de calculadora. Na prática, era uma calculadora glorificada. Mais tarde, em 1980, o IBM 5120 combinou um monitor CRT tradicional com as entranhas de um PC. Quanto à Apple, hoje conhecida por sua linha iMac, seu primeiro tudo-em-um foi o Lisa, lançado em 1983.
Scanntronic Scanner-E
Hoje, empresas como HP e Epson podem ser sinônimo de multifuncionais que imprimem, copiam, digitalizam e enviam fax. Mas o Scanntronic, uma pequena caixa que podia ser anexada a qualquer impressora matricial, era uma única ferramenta que podia fazer tudo isso na década de 1980. Ele conseguia escanear e digitalizar um documento com a ajuda de um Commodore 64.
Foto: MOS6502
Boombox TV
Combinar um radiocassete e uma televisão parecia ser o gadget perfeito para os adolescentes dos anos 80, e certamente era uma novidade para a época, mas só consigo imaginar uma qualidade de imagem e recepção ruim o bastante na TV para gadgets assim não vingarem.
Foto: Flowizm
TV com videocassete
A combinação TV + videocassete tem suas primeiras raízes na década de 1970, quando uma tecnologia ancestral, conhecida como cartrivision, apareceu no mercado. Ela fracassou pois a combinação TV/VCR era muito cara, e porque era impossível rebobinar a fita: você só podia assistir ao filme uma vez, cortesia da indústria do cinema.
A Sony viria a produzir uma unidade que combinava TV e reprodutor de fitas Betamax. Mas não foi até meados dos anos 1980 que o combo TV/VCR se tornou uma tendência, popularizada por empresas como a Sharp. O que muitos não percebiam na época era que, se o videocassete quebrasse e tivesse que ficar na assistência técnica para conserto, você ficava sem TV.
Foto: LabGuy’s World
WebTV
Na década de 1990, computadores eram pequenas caixas de cor bege que você não tinha muito orgulho em mostrar. Então um ex-engenheiro da Apple teve uma ideia brilhante: um dispositivo que poderia se conectar à TV de casa para acessar a web, do conforto do seu sofá. Infelizmente, entre um controle remoto e teclado desajeitados, a baixa resolução da televisão analógica, e o fato de que e-mail era o “killer app”, a WebTV era uma experiência frustrante para os usuários. Pelo menos, a ideia foi comprada pela Microsoft e, por seus poderes de criptografia, foi classificada como uma arma pelo governo dos EUA. Hoje em dia, smart TVs combinam tela grande e apps usando os poderes da internet.
Foto: Web Reference
Celular Sharp J
Desenvolvido em conjunto com Philippe Kahn, a primeira pessoa a enviar uma imagem fotografada com um celular, o aparelho Sharp J foi o primeiro a chegar ao mercado em 2000, no Japão. Capaz de gravar imagens com 256 cores a uma resolução bem abaixo do VGA (110 mil pixels no total), a câmera do telefone J não era uma potência. Mas, para a época, provavelmente era incrível. E o mais importante: ele abriu o caminho para os módulos de câmera excelentes que temos em celulares hoje.
Nokia NGage
Antes de Apple e Google convencerem desenvolvedores de que poderiam ganhar dinheiro vendendo jogos para smartphones, a Nokia tentou fazer o mesmo com seus dumbphones. Sua tentativa mais agressiva para entrar no espaço de jogos portáteis veio em 2003, na forma do NGage, um dispositivo destinado tanto para jogos como para comunicações. Infelizmente, o NGage não tinha os títulos mais requisitados para atrair os compradores, e o hardware não era bom o suficiente para destronar o Game Boy Advance. Hoje em dia, os jogos no celular são (quase) levados tão a sério quanto jogos em consoles portáteis.
Foto: Nokia/Getty Images
Iomega NAS 100D
O mundo já tinha visto o NAS (Network Attached Storage) pela primeira vez em 2004, mas o Iomega NAS 100D foi um dos primeiros a colocar Wi-Fi em um drive de 160 gigabytes. Ele permitia acessar o conteúdo a partir de uma rede doméstica, sem fios e sem a necessidade de equipamentos adicionais de rede. Hoje em dia, dispositivos como a Time Capsule – e até mesmo o armazenamento na nuvem – capitalizam em cima deste conceito.
Playstation 2
Dispositivos como o Sega CD e PS1 já tocavam CDs de áudio. Mas o console de jogos começou a se tornar uma central de entretenimento com o PS2, que podia reproduzir filmes em DVD. Nintendo e Sega evitaram essa funcionalidade: a Nintendo, por exemplo, alegava que queria se concentrar em jogos. Mas a Sony adotou totalmente o destino futuro de consoles de jogos, que concentrariam o entretenimento em casa. Hoje, o Xbox 360 parece ser a melhor união híbrida entre jogos e música/filmes.
Livescribe Pentop
A Livescribe está entre o mais estranho dos animais híbridos. É uma caneta com o poder de digitalizar suas notas manuscritas. Mas ela também é um gravador de voz, capaz de sincronizar as gravações de áudio com o que você escreve. Ah, e ela consegue realizar cálculos relativamente simples, como operações matemáticas. Antes de surgirem tablets e ultrabooks, ela era cobiçada por quem precisava anotar de tudo. Hoje em dia ela perdeu o brilho, mas certamente ainda há algum estudante, advogado ou repórter que prefere tomar notas à mão.
Foto: Livescribe / AP
Asus Padfone
A Asus lançou um conjunto de gadgets que se reúne em um só. O Padfone é um smartphone Android que vira tablet. E esse tablet vira netbook, com um dock para teclado. Mas como atender ligações num netbook? Fácil: use a caneta stylus opcional que vira fone Bluetooth. É uma ideia que reúne todos os principais gadgets de hoje em dia num só.
Mas, como vimos, isso traz várias limitações: ele é grosso e pesado como tablet, não é potente como um notebook, e pior de tudo – é caro. A Asus aprendeu com os erros no Padfone 2, que dispensa o dock de teclado e deixa o tablet bem mais fino. Além disso, ele pode custar menos que comprar um smartphone e tablet separadamente. Ele ainda está à frente do seu tempo; resta ver se, desta vez, ele irá vingar.