Uma rápida busca na internet traz inúmeros métodos que prometem remover a gordura indesejada do seu abdômen. Há pílulas “milagrosas” de dieta para reduzir os níveis de cortisol, há treinos físicos intensos que juram garantir uma barriga tanquinho. A verdade é que não existe pílula de dieta nem exercício cientificamente comprovados que reduzam a gordura nessa área.
Mas você pode, sim, se livrar da gordura da barriga. Para entender melhor como isso é possível, vamos falar sobre os tipos de gordura – conhecida no mundo da medicina como tecido adiposo – e sobre os diferentes métodos para perder um pouco desse tecido.
MAIS: A ciência da gordura: como ela é armazenada no corpo – e como queimá-la
Gordura branca e marrom
A gordura existe em dois tipos básicos: branca e marrom. O tecido adiposo branco faz o que você imagina: armazena energia. 50 gramas contêm cerca de 300 kcal. As células desse tecido têm receptores para insulina, hormônios de crescimento e outros.
Por sua vez, a gordura marrom – encontrada principalmente em recém-nascidos – é uma presença altamente desejável em humanos. Sua função principal é produzir calor. Ela faz isso por ter, dentro de suas células, um número maior de organelas (as mitocôndrias) que convertem substâncias orgânicas em energia.
Acreditava-se que a gordura marrom não existia em adultos, mas em janeiro de 2014, uma equipe de pesquisadores no Instituto Garvan de Pesquisa Médica, na Austrália, descobriu gordura marrom em adultos; na verdade, quem possui níveis mais elevados dela tende a ser mais magro. Eles estimam que 50 gramas de gordura marrom queimam (em vez de armazenar) cerca de 300 kcal por dia.
Gordura subcutânea e visceral
Ambos os tipos de gordura se distribuem de duas formas no corpo: abaixo da pele (subcutânea) e ao redor dos órgãos (visceral). A gordura subcutânea fica logo abaixo da pele; quando em excesso, ela cria aquela aparência rechonchuda.
Os homens tendem a armazenar o excesso de gordura no abdômen, peito e ombros. Isso se chama “distribuição androide de gordura corporal” (lembrando que “androide” significa “semelhante ao homem”), e pode levar a uma aparência em forma de maçã. Por sua vez, as mulheres tendem a armazenar os excessos nos quadris e coxas – é a distribuição ginoide de gordura, que gera uma aparência em forma de pera.
Quando se trata da percepção social, um excedente de gordura subcutânea é geralmente visto como pouco atraente, e muitos querem se livrar dele. Ter gordura subcutânea em excesso na barriga não é exatamente saudável, mas não representa qualquer risco adicional do que outras áreas do seu corpo.
A gordura visceral, por outro lado, é completamente diferente. Este tipo envolve e amortece os nossos órgãos internos de todos os choques físicos associados à vida cotidiana. Um excesso de gordura visceral aumenta o risco de pressão arterial alta, diabetes tipo 2, doença cardíaca, demência, certos tipos de câncer e muitos outros problemas de saúde.