A Internet possui várias facetas; algumas delas são sensacionais e inspiradoras. Quando comecei nisso, me fascinava a ideia de que as coisas que eu escrevia aqui poderiam ser lidas por qualquer pessoa do mundo, do meu vizinho a alguém no Japão. Histórias mais dramáticas são uma constante, como a do morador de rua de São Paulo Raimundo Arruda Sobrinho.
Raimundo, hoje com 73 anos, perdeu o contato com a família na década de 1980. Ele veio para São Paulo 20 anos antes, saindo do Tocantins, para estudar e, pelas intempéries da vida, acabou na rua — a certa altura seu salário era menor do que pagava de aluguel por um quartinho.
Ele só foi redescoberto pela família, 30 anos depois do último contato, graças à intervenção de Shalla Monteiro, de 19 anos, amiga de Raimundo que criou uma página no Facebook para ele. Em Goiás, Roberta, cunhada dele, encontrou-a quando pesquisava uma foto do parente perdido para mostrar à filha. Dali até o reencontro com o irmão Francisco, marido de Roberta, foi um pulo.
Acostumado à vida nas ruas e um poeta nato, Raimundo está passando por um tratamento no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) para voltar para a família — segundo Roberta, ele disse que “é um ser estragado socialmente e que não consegue mais conviver em um ambiente familiar.” Depois dessa fase de readaptação, a intenção é reunir os escritos dele e bater à porta de editoras na tentativa de realizar o grande sonho de Raimundo, publicar um livro.
A história em detalhes, um exemplo pra lá de bacana de atenção para com os menos favorecidos e do poder da Internet, você lê na íntegra clicando no link ao lado. [G1]