Quando assisti ao trailer de Ex Machina, fiquei bem empolgado. E não foi só por causa da atraente robô chamada Ava. O trailer mostrava androides, inteligência artificial, testes de Turing! Era o filme de ficção científica dos meus sonhos. Mas depois de assistir ao filme, eu admito que fiquei assustado. Isso porque ele disse a verdade sobre como a inteligência artificial pode se desenvolver em breve.
>>> A partir daqui, o post está cheio de spoilers do filme Ex Machina. Você foi avisado! <<<
Eu deveria estar preparado para isso. Afinal, o trailer nem se dá ao trabalho de esconder o fato de que algo sai muito errado no laboratório isolado de inteligência artificial de Ex Machina. Também é o tipo de plot twist que esperamos ver quando até mesmo as mais inteligentes pessoas do mundo nos alertam para os riscos que uma inteligência artificial representa para nós. Estava claro que o robô se transformaria em um serial killer, deixando espelhos despedaçados sujos de sangue pelo chão. (Eu avisei que teria spoiler!)
Um dia depois de ver Ex Machina, fiz uma viagem para a Universidade Carnegie Mellon, onde encontrei diversos professores de robótica. A viagem não tinha relação nenhuma com o filme, mas acabei passando os dias seguintes permitindo que cobras robóticas subissem nas minhas pernas, assistindo a braços robóticos acenarem para mim, e permitindo que robôs autônomos me guiassem pelo campus. Durante todo esse tempo, eu esperava pelo momento em que uma dessas máquinas pegaria uma faca de cozinha. Enquanto isso, uma das principais preocupações em todos os projetos de robótica de Carnegie Mellon é que tudo seja seguro.
Talvez os robôs não sejam a parte mais assustadora do sonho da inteligência artificial. O que me deixou sem palavras após Ex Machina não foi a violência envolvendo os robôs. Foi o horror do sentimento humano confrontado por um monstro criado pela própria humanidade. Mas, no filme — e talvez na vida real — a inteligência não é o monstro. O monstro verdadeiro é a coleta de dados.
Espera um pouco. Como assim?