*Por Santana Dardot
Quer a gente queira ou não, a Inteligência Artificial (AI) está e vai entrar com tudo no cenário da comunicação e startups de tecnologia.
Do lado da comunicação, a mídia programática avança fortemente, mas é somente a ponta do iceberg. E cada vez que o Big Data e a Internet das Coisas avançam, veremos mais e mais impactos nessa área.
A plataforma The Grid, por exemplo, promete, a partir do seu conteúdo inserido, criar e melhorar o layout do seu website. A ferramenta fará análises automáticas e real time de como as pessoas estão utilizando o seu website e a AI do The Grid irá constantemente evoluir seu website, utilizando as melhores práticas do design. É como se seu website estivesse em constante teste A/B para melhorar sua eficácia.
Em pouco tempo, essas plataformas que utilizam AI no mundo digital para aumentar a eficácia (assim como a mídia programática fez na compra de mídia) devem invadir as outras áreas da comunicação. É razoável de se pensar que, num curto espaço de tempo, formatos publicitários digitais e aplicativos mobile terão também seus layouts evolutivos a partir da AI. E devem se estender para as mídias hoje chamadas de eletrônicas (TV e rádio), já que o broadcast digital de TV e rádio deve avançar nos próximos anos. No setor de out-of-home, os painéis de led/TVs já são de alguma forma conectados à internet.
Além disso, softwares de reconhecimento de emoções a partir de microexpressões faciais e movimentos dos olhos já existem e podem num futuro estarem presentes em todas as interfaces digitais que utilizam telas, bem como os detectores de movimentos do corpo como os utilizados no Kinect. Esses softwares podem refinar ainda mais a informação sobre o que atrai o público, aumentando a eficácia.
Na imprensa digital, empresas de notícias como Associated Press, Huffington Post, Forbes e Los Angeles Times já têm utilizado robôs (algoritmos de AI) que buscam e escrevem notícias. Segundo o CTO da Narrative Science, empresa que criou a plataforma utilizada pela Forbes, mais de 90% das notícias serão escritas por robôs em até 2027.
Não podemos esquecer que com a evolução da Internet das Coisas, a interconexão das informações geradas a partir de sensores de diversos aparelhos, wearables e até implantes corporais poderá trazer ainda mais dados, recursos e novas abordagens para esforços de comunicação.
Do lado das startups, o impacto deve ser igualmente forte. Exemplos não faltam em diversos setores. No setor de mobilidade urbana, Califórnia, Michigan, Nevada e Flórida já aprovaram leis que permitem o teste de carros autônomos (para Nevada, o teste de caminhões autônomos já está liberado também) e já estão sendo testados pelo Uber. A Amazon também já obteve aprovação do governo americano para testar entregas utilizando drones.
Isso é uma parte do que conseguimos ver que está num futuro próximo ou acontecendo neste momento, mas os maiores avanços da AI ainda não podem ser previstos e devem ser bem maiores.
O impacto disso nos negócios da comunicação e das startups serão grandes. Os riscos serão altos para as empresas e colaboradores que não acompanharem essa nova onda de inovação. E as oportunidades, valiosas para todos que se adaptarem e investirem em AI.
Ao mesmo tempo, a AI precisa ser regulada pelos governos e sociedade. Em mãos erradas (e sempre existe uma mão errada pelo mundo afora), pode ser também a maior ameaça para a humanidade, como nos alerta Elon Musk, CEO da Tesla Motors.
Até onde isso vai dar? Não tenho a mínima ideia. Só sei que o avanço da AI é inevitável, como foram a era industrial, a mecanização das lavouras e o próprio avanço da internet.
E que temos que encarar isso com muita inteligência. Humana.
PS – Este artigo não foi escrito por um robô. Ainda.
Deixei seu comentário abaixo, queremos saber saber a sua opinião sobre o tema.
Santana Dardot é um dos líderes do Comitê de Empreendedorismo da ABRADi Nacional, Vice-Presidente da ABRADi-MG, Sócio e Diretor de Proatividade da Tom Comunicação.
O post A Inteligência Artificial vai te pegar? apareceu primeiro em Startupi.
