Há uma década, a NASA enviou a Messenger ao espaço e, em 2011, ela se tornou a primeira sonda a orbitar Mercúrio, mandando de volta as primeiras imagens de pertinho do planeta. Tudo que é bom termina uma hora, e a Messenger está ficando sem combustível. Em um último passeio, ela voará baixo em Mercúrio – tão próxima da superfície que as soldas em seus instrumentos podem derreter.
Como a atmosfera de Mercúrio não está preparada para segurar o calor, a temperatura por lá varia absurdamente. De noite e dentro de crateras permanentemente à sombra, é frio o bastante para congelar água facilmente. Mas no Sol, não há protetor solar que dê conta: as temperaturas podem chegar a 426 graus Celsius.
A Messenger tem proteções capazes de proteger seus instrumentos dos brutais raios do Sol. O problema, então, está no calor que irradia de Mercúrio e aquece a parte inferior da sonda. O engenheiro da Messenger Dan O’Shaughnessy disse à New Scientist que as soldas derreterão por volta dos 185 graus Celsius, quando a sonda estiver a cerca de 25 km acima da superfície do planeta. É arriscado voar tão baixo, mas em contrapartida a Messenger talvez consiga mandar as suas melhores fotos de Mercúrio.
Depois desse rasante, a Messenger fará um último impulso rumo à órbita em 21 de janeiro, quando ela continuará coletando dados com os instrumentos que sobrarem. É esperado que em março seu tanque fique vazio e ela caia em Mercúrio, quando finalmente tocará o planeta que circundou por tanto tempo. [New Scientist]
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