Quer dizer, isso se você passar no processo seletivo para a vagar de “tagger” que o Netflix abriu para o Brasil. O trabalho consiste em assistir ao conteúdo — filmes e séries — antes dele ser inserido no catálogo o classificá-lo com tags, ou seja, informar se determinado filme ou série mostra nudez, crianças, animais, se é direcionado para a família, etc.
É a primeira vaga do tipo para o Brasil. O catálogo brasileiro é classificado por brasileiros que moram nos Estados Unidos e a categoria já existe nos EUA, México, Holanda, Reino Unido e Canadá. A classificação é necessária para tornar mais fácil a busca por outros conteúdos e também para entender melhor o público brasileiro.
Todd Yelling, vice-presidente de inovação do Netflix, disse à Folha que é preciso estar imerso na cultura do país para compreender o público. “Temos que colocar o conteúdo certo na frente da pessoa certa na hora cerca […] não queremos que os assinantes gastem seu tempo procurando o que assistir”, disse.
O salário não foi divulgado, mas segundo informações do L.A. Times, os “taggers” americanos são pagos “centenas de dólares por semana”. Que sejam US$ 200, não vamos reclamar para ganhar por algo que já fazemos de graça. Ou vamos, já que o profissional não receberá uma lista do que deve assistir e o conteúdo pode variar de musicais a animes.
Quer tentar assim mesmo? Então cadastre o seu currículo, em inglês, no site de empregos do Netflix. Vale lembrar que a vaga pede conhecimentos de cinema e televisão, comprovar experiência de pelo menos um ano em alguma empresa de mídia, além de dominar sistemas de gerenciamento e mapeamento de conteúdo. E Excel. É preciso dominar o Excel, o calcanhar de Aquiles de muitos — ou pelo menos o meu. Para quem conseguir a vaga, sugiro algumas tags: “dormi assistindo”, “prefiro ler livros e apreciar a arte”, “a novela tá melhor”, “desconfortável para casais”, “não assista com a família”. [Folha, Exame]
Foto de capa: hinnosaar/CC
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